Entenda a importância de sex and the city para a história da televisão (imagem: mubi)

Entenda a importância de Sex and the City para a história da televisão

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Prepare seu melhor cosmopolitan e veja porque Carrie, Miranda, Charlotte e Samantha revolucionaram a sociedade nos anos 90 e 2000.

Baseada no livro homônimo e semiautobiográfico de Candace Bushnell e criado por Darren Star, Sex and the City foi uma série de seis temporadas da antiga HBO que se tornou um grande sucesso e um dos seriados mais importantes e influentes do começo dos anos 2000. 

Essa é uma série que combina humor e drama ao retratar conquistas, fracassos e possíveis amores de quatro mulheres (quase) inseparáveis. A primeira e protagonista é Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker), nossa narradora, jornalista e escritora que tem como principal tema para suas colunas questões que envolvem de forma reflexiva os relacionamentos e a vida sexual de mulheres solteiras. Já suas amigas e também personagens principais de Sex and the City incluem a realista e obstinada Miranda Hobbes (Cynthia Nixon), a idealista, ingênua e (nossa) querida Charlotte York e, por fim, a mulher auto suficiente de sexualidade livre Samantha Jones (Kim Cattrall). 

Entenda a importância de sex and the city para a história da televisão (imagem: nowtv)
Entenda a importância de Sex and the City para a história da televisão (Imagem: NowTV)

Apesar de grandes amigas, cada uma possui suas peculiaridades e diferenças, o que torna tudo mais interessante, principalmente quando os episódios trazem questões envolvendo complexidade e dilemas. São neles que podemos ver o embate entre personalidades. Amores, traições, perdas e situações inusitadas são a base da série. Além disso, o papel de Nova York é muito mais que um cenário para a história. É deixado bem claro a relação das quatro com a cidade e sua importância para a trama, sendo muitas vezes um destaque. 

É muito bacana ver que Sex and the City manteve sua popularidade, pois foi uma série que revolucionou seu tempo. É estranho pensar em liberdade feminina como um tabu hoje, mas na época ainda era um assunto mais polêmico. Então nada mais reconfortante que ver nas telas mulheres solteiras em busca de grandes amores, sim, mas principalmente com o direito de se divertirem, conhecerem vários pretendentes, estarem com as amigas e enfim, explorar o significado de ser uma pessoa solteira sem pressões de um padrão externo. 

Claro que na época esse tema já era “grande” o suficiente para que outras pautas importantes não conseguissem ter o mesmo cuidado quando abordadas e alguns detalhes acabaram envelhecendo mal. Infelizmente, há muitos estereótipos e pouca representatividade, mas isso se dá muito pelo contexto e talvez pela época. Mas esse é um debate complexo para outro momento.

Recapitulando Sex and the City 

Como vamos recapitular a timeline de Sex and the City, focada na Carrie como base, esse trecho contém spoilers, então caso ainda não tenha visto a série e os spin-offs, aconselho ler depois.  Lembrando que a linha do tempo da série consegue seguir a passagem de tempo na vida real.

Se contarmos a partir da série original, vamos acompanhar os principais momentos de Sex and The City tendo como base Carrie, desde sua vida de solteira aos 30 anos até como viúva aos 50 anos. 

Na série Sex and the City (1998-2004), acompanhamos a protagonista dos 32 aos 38 anos. No início da primeira temporada, existe uma fala em que ela diz ter 32 anos, além do fato de que na história ela nasceu em outubro. Outro indicativo de que Carrie finaliza a série com 38 anos é o próprio título do episódio “Catch-38”.

Em Sex and the City – O Filme (2008), Carrie tem entre 41 e 42 anos, levando em conta que ele se passa em um intervalo de dois anos e foi lançado após quatro anos da finalização da série. Na premissa, quatro anos após as diversas aventuras de Carrie Bradshaw e suas melhores amigas, Carrie está em um relacionamento sério com seu namorado, Big (Chris Noth). Samantha sobreviveu a um câncer e mantém um relacionamento monógamo com Smith Jerrod. Charlotte e seu marido moram na Park Avenue. E Miranda, no Brooklyn, sente a pressão da vida familiar. Em determinado momento do filme, o editor de uma revista pede para que Carrie seja a capa da próxima edição com uma matéria em que ela seja apresentada como uma noiva na faixa dos 40 anos, o que comprova a teoria da linha do tempo. 

Já em Sex And The City 2 (2010), sequência que estreou dois anos após o primeiro filme, Carrie tem entre 43 e 44 anos. Aqui, podemos ver a vida de casada da protagonista com Big e como ela está se adaptando a essa nova realidade, enquanto se distancia cada vez mais de sua juventude. Além disso, acompanhamos as férias das quatro amigas em Abu Dhabi e alguns eventos inesperados. 

No novo spin-off …And Just Like That (2021-presente), que se passa 11 anos depois, Carrie aparece com 55 anos. Bradshaw, Miranda Hobbs e Charlotte York enfrentam questões típicas da meia-idade: a perda da juventude, a pressão estética de envelhecer, casamentos que se transformam em divórcios, filhos crescendo e novas aspirações profissionais.

Nessa nova fase, Carrie se mostra um tanto quanto conservadora em comparação à nova geração – o que seja ser irônico, afinal o assunto principal em sua coluna era sobre sexo. Enquanto isso, Miranda revê sua sexualidade e descobre novos caminhos, Charlotte lida com os desafios de ser mãe e Samantha, infelizmente, não retorna por conta de questões de bastidores. 

Esse é, na verdade, um bônus. Tivemos um spin-off lá em 2013 chamado The Carrie Diaries. Ainda que tenha apenas duas temporadas, conseguiu dar um relance do que seria a adolescência de Carrie. Na série, acompanhamos sua versão de 16 anos, interpretada pela atriz AnnaSophia Robb, que está no ensino médio, dividida entre a paixão por moda, os ideais da família, romances e novas amizades. Por ser uma série de origem, digamos assim, não precisaria de algo extenso mesmo, mas era tão divertida que valeria a pena mais uma temporada. 

Perfil das personagens 

Carrie Bradshaw 

Em sua versão para telas, Carrie ainda carrega algumas características da personagem do livro, só que tudo bem mais potencializado e um tanto exagerado. O luxo reina em sua vida na pele de Sarah Jessica Parker, com a obsessão por sapatos, roupas de grife e um bom cosmopolitan junto de suas amigas. Não importa em qual dia da semana.

Os principais momentos de Sex and the City envolvem a paixão de Carrie por Nova York e também essa busca incessante pelo verdadeiro amor. Não só ela, claro, suas amigas também. Por meio da série, conhecemos restaurantes badalados, casas noturnas e ruas emblemáticas da cidade, fazendo com que a gente queira comprar uma passagem para lá e viver esse sonho, nem que seja por uns dias. Além disso, assim como a autora Candace Bushnell, Bradshaw também conseguiu que sua coluna se transformasse em um livro. 

Entenda a importância de sex and the city para a história da televisão (imagem: pinterest)
Entenda a importância de Sex and the City para a história da televisão (Imagem: Pinterest)

Ela é a protagonista da série, mas isso não deveria fazer com que tudo fosse centralizado nela, só que acaba sendo. Tanto que muitos fãs a criticam e a colocam como uma das personagens mais chatas de Sex and the City. Por outro lado, as características incômodas são também as que a retratam como uma mulher passível de falhas, assim como todos que a assistem. Quem nunca fez as mesmas escolhas erradas repetidas vezes? Ou decidiu seguir por caminhos egoístas que não beneficiam ninguém a não ser você mesma? Pode ser que você já tenha estado no lugar dela, bem como na pele das amigas.

Entretanto, realmente fica difícil defender a Carrie boa parte do tempo. Isso porque o foco dela é a cidade, os amores e os luxos, não demonstrando interesse algum na vida das amigas Até quando alguma das três amigas desabafa, no final ela sempre dá um jeito do assunto retornar para sua vida, fazendo com que as outras três principais se tornem terapeutas não remuneradas. Carrie raramente retribui o suporte emocional que deveria, mas em certo ponto acabamos entendendo que faz parte da personalidade dela, ame ou odeie. 

Samantha Jones 

No livro, uma produtora de cinema. Nas telas, Relações Públicas. Em qualquer versão, uma lenda. A Samantha Jones é a personagem mais interessante e icônica de todas, deixando bem claro seu amor próprio e o compromisso inegociável com seu bem-estar. 

Entenda a importância de sex and the city para a história da televisão (imagem: pinterest)
Entenda a importância de Sex and the City para a história da televisão (Imagem: Pinterest)

Ainda que ela tenha alguns relacionamentos (quase) sólidos pela série, continuam sendo menos convencionais do que os das amigas. E raramente ela se mantém por muito tempo com a pessoa. O sortudo da vez foi Smith, um homem mais novo, porém maduro. Outro ponto importante é que poderiam ter explorado mais a bissexualidade de Samantha, sem os toques bifóbicos durante esse arco da série.

Infelizmente ela não tem tanto tempo de tela quanto gostaríamos, varia muito de temporada para temporada, mas esse também é o caso de Miranda e Charlotte, já que o foco é a Carrie. De qualquer forma, a personagem da Samantha é uma das mais bem escritas, pois conseguimos acompanhar seu desenvolvimento muito claro, tornando-se uma pessoa mais madura emocionalmente e aberta a experiências que antes ela nem cogitava em viver (principalmente em modelos convencionais). Ela realmente faz falta em …And Just Like That e isso diz muita coisa.

Charlotte York 

Enquanto no livro Charlotte York é maluca por sexo e uma conhecida distante da Carrie, na série ela é retratada do avesso. Em Sex and the City, Charlotte trabalha no mundo das artes e tem lá seus privilégios. Apesar de ainda gostar muito de sexo, ela é a mulher mais conservadora entre as quatro amigas. E no geral também. De um jeito extremamente metódico, ela acredita que todos os relacionamentos passam por etapas e devem seguir algumas regras, digamos assim. Mesmo com esse jeito, que no começo é irritante, a personagem se desenvolve bem e chega a ser cômico o quão ela é oposta à Samantha.

Entenda a importância de sex and the city para a história da televisão (imagem: pinterest)
Entenda a importância de Sex and the City para a história da televisão (Imagem: Pinterest)

Por muito tempo ela foi símbolo de tradição e conservadorismo, indo contra o movimento de suas amigas que estavam atrás da liberdade sexual feminina. Mas ela consegue se desenvolver ao longo da trama e deixa alguns aspectos (até mesmo imaturos) de lado. Além disso, o surgimento da sua relação com Harry (Evan Handler) torna tudo muito mais leve e divertido para a personagem, fazendo com que ela perceba que não precisa sacrificar seus desejos e ambições por um homem para ser feliz.

Miranda Hobbes 

No universo literário, Miranda trabalha como executiva de televisão workaholic que usa drogas nas horas vagas. Para as telas, o vício migrou totalmente para o trabalho, que agora muda de cenário e a torna advogada. Mas sua paixão por televisão continua e também seu gênio difícil. Além disso, ela é a melhor amiga da Carrie e demonstra estar sempre entre tapas e beijos com ela, rendendo muitos diálogos difíceis, mas interessantes.

Podem não gostar tanto dela, mas a verdade é que ela representa boa parte do público que assiste a Sex and the City. Eu aprendi a gostar dela, inclusive, justamente porque estamos habituados a criticar personagens com características que não gostamos de nós mesmos. 

Entenda a importância de sex and the city para a história da televisão (imagem: pinterest)
Entenda a importância de Sex and the City para a história da televisão (Imagem: Pinterest)

Ela faz o tipo sensato que sempre tem um comentário irônico ou um conselho sincero para situar as amigas, que estão em busca de um romance digno de cinema. Confesso que não vejo sentido em seu relacionamento com Steve (David Eigenberg), já que ele é o oposto e símbolo do que tudo que a personagem despreza, mas o roteiro conseguiu dar um jeito de deixá-la mais humana após conhecê-lo.

Infelizmente, ela é personagem que teria muito mais potencial se na época seguissem por caminhos mais coerentes. Logo no começo da série, houve muita lesbofobia em episódios que presumiam a sexualidade de Miranda e, a partir disso, ela mesma deixou claro seu interesse por homens e compactuou com esse discurso péssimo.

Alguns interesses amorosos foram mostrados ao longo da série e até mesmo o relacionamento com o Steve, principal interesse amoroso, parecia estar muito fora do tom. Isso se comprovou com o spin-off And Just Like That… no qual tentaram remendar a situação reavaliando a sexualidade da personagem. Mas a essa altura, tudo ficou muito confuso e traçaram um péssimo roteiro para ela. 

O impacto social de Sex and the City

Tudo sobre Sex and the City traz pelo menos uma lição valiosa para nossas vidas, independentemente da idade. Em específico, na época em que foi lançada, a noção de submissão e restrições ainda eram fortes para mulheres. Imagina só, você ser uma mulher nos anos 1990 e encontrar uma nova série com quatro mulheres na casa dos 30 a 40 anos conquistando a independência profissional e o livre arbítrio para se relacionarem quando quiserem e como quiserem. Em uma régua que vai de Charlotte York a Samantha Jones, você acaba se admirando com as personalidades e criando coragem para revolucionar a própria vida. 

Outro impacto social que reforça tudo isso é Sex and the City trazer mensagens sobre você não precisar se acomodar em relacionamentos e achar que está em uma corrida contra o tempo para formar uma família antes das outras mulheres em sua volta. Nessas, muitas pessoas entram em furadas. E caso encontrem alguém perfeito, nem sempre ele é o ideal para você e está tudo bem. Acredito que muitas mulheres se sintam mal quando conhecem um homem bacana mas não conseguem se apaixonar em termos saudáveis. Carrie e Aidan vieram para explorar essa situação e mostrar que nenhuma experiência é única. 

Entenda a importância de sex and the city para a história da televisão (imagem: pinterest)
Entenda a importância de Sex and the City para a história da televisão (Imagem: Pinterest)

O amor e as conquistas pessoais podem surgir por caminhos inesperados e de muitas formas. Seja na carreira (como todas as quatro mostram à sua maneira); seja com os amigos ou um lugar que você veja como casa. 

Não haveria Girls ou The Bold Type sem Sex and the City, essa é a verdade. E esperamos que mais histórias com o protagonismo feminino sejam criadas e exploradas de forma adequada. A série aborda mais que relacionamentos, ela traz questões como câncer que Samantha teve o impacto na sua saúde e autoestima; a depressão pós-parto de Miranda; o impasse de Carrie por não querer seguir uma vida tradicional e a saga de Charlotte para engravidar. Pautas extremamente importantes. 

As lições valiosas de Sex and the City

Durante toda a franquia da série entramos em contato com ensinamentos de ouro para levarmos como reflexão e até mesmo um mantra para a vida. Sem contar algumas conclusões que podem ser consideradas polêmicas, dependendo das crenças de cada um em relação ao amor, conduta de vida e relacionamentos.

Não é porque a pessoa é perfeita, que o relacionamento vai dar certo. Existem vários fatores que compõem uma relação e a personalidade de cada um é apenas um detalhe. No caso de Charlotte, por exemplo, ela viu o par ideal em Trey, um homem atencioso e bem-sucedido. Mas os interesses não batiam. Temos o caso de Carrie com Aidan e Big, no qual ela abre mão do relacionamento monótono e saudável por algo mais conturbado. E tudo bem, porque é o que faz sentido para ela, apesar dos pesares. E também tem Samantha com Smith, que por mais que fosse o amor da sua vida, percebeu que não se encaixava na monogamia, e abafar isso seria sinônimo de se anular. 

Ter encontros ruins não é o fim do mundo. A vida de solteira é cansativa, isso é um fato. Mas Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda mostram que apesar de desgastante, pode ser divertido colecionar histórias para contar no futuro e em encontros com as amigas. Quem nunca deu boas risadas de uma pessoa sem noção de um date totalmente aleatório? 

É muito bom ter alguém pra chamar de “meu amor”, mas o amor próprio também é essencial. A relação mais significativa, desafiadora e por vezes emocionante, é com nós mesmos. Ao longo das seis temporadas e da franquia como um todo, temos vários exemplos de como precisamos priorizar nossa felicidade e nos amarmos em primeiro lugar, pois ninguém irá fazer isso por nós. 

Nem sempre conseguimos um desfecho para uma história. E está tudo bem. Muitas vezes não conseguimos compreender os motivos pelos quais um relacionamento não deu certo ou o porquê da outra pessoa não querer ficar. Berger, por exemplo, terminou com Carrie por meio de uma frase no post-it. Claro que vamos passar um tempo pensando nisso, mas eventualmente nós mesmos precisamos criar nossas finalizações internamente para seguir em frente. 

Entenda a importância de sex and the city para a história da televisão. Prepare seu melhor cosmopolitan e veja porque carrie, miranda, charlotte e samantha revolucionaram a sociedade nos anos 90 e 2000.
Entenda a importância de Sex and the City para a história da televisão (Imagem: Pinterest)

Nem sempre vamos querer as mesmas coisas que o outro em um relacionamento. E está tudo bem, porque é nas diferenças que normalmente encontramos o amor. Ser totalmente igual ao outro não tem muita graça. Apesar de todas as controvérsias e opiniões particulares, Miranda e Steve ilustram bem esse ponto. Além disso, num geral, pode ser que o sonho dos seus amigos seja encontrar alguém para casar e formar uma família, enquanto você, no estilo Samantha, quer aproveitar a vida e conhecer várias pessoas. Aqui não existe o certo e o errado, apenas o que faz sentido e cabe em nossas vidas.

Os amigos são os verdadeiros amores de nossas vidas. Acima de qualquer coisa, Sex and the City é uma carta de amor entre as quatro amigas. A amizade entre mulheres é extremamente importante, bem como amizades próximas em geral. Tirando os surtos egocêntricos de Carrie, temos vários exemplos durante a franquia em que umas deram suporte às outras em momentos de luto, dilemas, dificuldades nas relações, problemas de saúde e crises existenciais. A vida foi feita para ser compartilhada, sem nossos amigos, ela fica bem mais difícil. 

Existem vários tipos de prazer e nem sempre o sexo vai ser bom. Sex and the City foi uma das primeiras séries a falar abertamente sobre as várias possibilidades no sexo de uma forma realista, se afastando daquelas cenas romantizadas de filmes. E o melhor de tudo é que na maioria das vezes traz um tom cômico e são relacionadas às experiências de Samantha. A série veio para mostrar que o sexo pode ser bagunçado, esquisito, bom com alguns fetiches ou até mesmo só ruim – do tipo fingir o quanto antes um orgamo para acabar logo. São coisas naturais, portanto devem ser tratadas como tal. 

Entenda a importância de sex and the city para a história da televisão (imagem: pinterest)
Entenda a importância de Sex and the City para a história da televisão (Imagem: Pinterest)

A liberdade sexual feminina deve ser celebrada e explorada. Está tudo bem você preferir sexo casual, conversar sobre fetiches e explorar sua sexualidade. Samantha Jones veio para validar a independência feminina e mostrar que mulheres também sentem vontades e podem satisfazê-las da mesma forma que os homens se sentem à vontade para externalizar as suas. O prazer feminino existe e deve ser celebrado. Muitos julgam Samantha, mas sua atitude e amor próprio falam bem mais alto. 

Existem vários tipos de final feliz. Cada uma das quatro personagens principais almejam coisas distintas na vida. Desde que suas escolhas respeitem sua conduta, amor próprio e seus desejos – não a de parceiros ou terceiros –, invista no seu final feliz, mesmo que ele siga um caminho totalmente diferente daqueles em sua volta.  

Temporadas 

Relembre os principais momentos de Sex and the City por temporada. Caso você ainda não tenha visto a série, recomendo guardar este tópico para ler após a maratona, pois contém spoilers

Primeira temporada (1998)

Aqui conhecemos nossas novas melhores amigas Carrie, Samantha, Miranda e Charlotte e imergimos em um mundo de ideias, comportamentos e estilo de vidas bem diferentes do que está rolando atualmente.

Aprendemos que quatro mulheres distintas podem sim ter um forte elo – provavelmente é isso que as une, inclusive. Enquanto Carrie se divide entre sua coluna de revista e preencher o dicionário de A a Z com todas as red flags possíveis em sua relação com o Big, Miranda se guia pela sua personalidade extremamente racional, que com o tempo, mostra que quanto mais ela tenta se achar, mais acaba se perdendo. Para completar o time, em uma ponta temos a querida (mas bem conservadora) Charlotte, e na outra ponta, a melhor personagem de todas, Samantha, independente, espontânea e a vida de toda festa.

Um dos melhores pontos da primeira temporada é o fato de que Sex and the City apresenta muitos personagens coadjuvantes interessantes que possuem um grande poder de potencializar os dramas principais ou aliviar um pouco as histórias que poderiam se tornar maçantes. 

Segunda temporada (1999)

Entre idas e vindas, muito bate boca e drama digno das telas de cinema, a segunda temporada consegue ter um foco maior na relação de Carrie e Big e a jornada para encontrar um espaço saudável nessa relação. Em paralelo, Miranda acaba conhecendo Steve, seu principal interesse amoroso na franquia; Samantha tenta se encaixar em padrões normativos de relacionamentos e Charlotte continua sonhando acordada com o príncipe encantado que vai salvá-la de sua vida monótona.

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Entenda a importância de Sex and the City para a história da televisão (Imagem: HBO)

Essa temporada particularmente é uma das favoritas do público. A primeira serviu de introdução aos personagens, um tanto quanto tímida para testar o terreno em que se estava pisando, mas agora finalmente a série entra no tom e mostra a que veio. Temos muito mais questões ligadas a tabus, principalmente quando o assunto é sexo, intimidade e relacionamentos em geral, além da aposta de situações mais cômicas para equilibrar a trama e não se tornar uma grande novela mexicana com Nova York de cenário.

Terceira temporada (2000)

Um dos principais momentos de Sex and the City que fez o público imaginar que tudo seria diferente da terceira temporada para frente está ligado ao fato de que Carrie começa seu novo ano na pegada do amor próprio. Big sai de cena e entra Aidan Shaw, o potencial segundo amor de sua vida. 

Enquanto isso, Miranda torna ainda mais sólida sua relação com Steve, indo contra tudo o que acreditava, pois o homem é praticamente o oposto dela. Já Charlotte se agarra na primeira oportunidade e organiza um casamento express com Trey McDougal (nosso eterno Dale Cooper de Twin Peaks). Quem viveu, sabe. Quem ainda não viu, pode imaginar o rumo dessa fanfic. Por fim, Samantha continua trazendo um entretenimento diferente a cada episódio, sempre relacionado à sua vida sexual e às pessoas peculiares que ela inventa de se interessar. 

Sabe aquele ponto bacana da primeira temporada que envolvia trazer coadjuvantes com histórias interessantes em paralelo e tudo mais? Pode esquecer. Essa temporada se volta totalmente para as quatro protagonistas e tem como foco abordar a forte rede de apoio que existe entre elas, a importância de amizades sólidas em meio ao caos da vida adulta de uma mulher e principalmente ressaltar que ninguém está a salvo de falhas.

Além disso, todo aquele arco da redenção interna e do amor próprio de Carrie vai por água abaixo, afinal ela decide tomar decisões totalmente duvidosas. Mas realistas. Entre altos e baixos, a terceira temporada deixa claro que Sex and the City tem como propósito contar histórias que se aproximem da realidade (tirando os privilégios, claro). Se somos passíveis de erros, burrices e atitudes incoerentes, o quarteto também. 

Quarta temporada (2001 – 2002)

Apesar de tudo, Aidan retorna para a quarta temporada e guerreiro que é, se mantém firme em tentar construir uma relação madura com a Carrie. Mas como dizem, só o amor não sustenta tudo. Após ser traído por ela, ele vive paranoico. Enquanto a própria Carrie descobre na rotina que as pequenas peculiaridades dele a irritam profundamente. Logicamente com tudo isso, eles rompem, certo? Não. A grande solução foi noivarem, para aí sim, criar uma ambientação para um dos términos mais dramáticos da série. 

Nesse meio tempo, acompanhamos a relação peculiar de Charlotte e Trey, enquanto Miranda dá suporte ao Steve em um momento vulnerável de sua vida (e engravida) e Samantha se deixa fisgar por Richard Wright – capítulo muito importante para o desenvolvimento mais aprofundado da nossa RP favorita, que até então tinha mostrado apenas o lado mais superficial, digamos assim.

Na quarta temporada, fica mais claro ainda o papel e a importância de Nova York na história das protagonistas, a história toda não poderia ter sido em outro lugar. Além disso, as atuações são maravilhosas e a essa altura, já temos pelo menos uma favorita. 

Quinta temporada (2002)

Já na quinta temporada, algumas coisas mudam de lugar. Carrie publica um livro e começa um romance com o escritor Jack Berger. Em paralelo, Charlotte começa um relacionamento com Harry, o próprio advogado do divórcio do relacionamento anterior, Miranda tenta se entender com a maternidade e Steve e, por fim, Samantha volta com Richard mas continua com um pé atrás. 

Essa temporada foi reduzida a oito episódios, provavelmente por conta da gravidez de Sarah Jessica Parker. Com tantas novas histórias para serem exploradas, acabou que esse momento da série serviu apenas de prelúdio do que viria depois. Em geral, foi uma das temporadas mais fracas. 

Sexta temporada (2003 – 2004)

Então, Sex and the City chega à sexta e última temporada. Essa fase é a batida de martelo final para o amadurecimento das quatro amigas. Ou ao menos da maioria. O relacionamento de Carrie com Berger não dá certo e ela acaba se envolvendo com Aleksandr Petrovsky, um artista bem mais velho. 

Por outro lado, Miranda decide reatar com Steve, casa e se muda para o Brooklyn. Charlotte segue o mesmo caminho e se casa pela segunda vez, com Harry, continuando na batalha de ter um filho. E por fim, Samantha entra em um relacionamento sério com o ator mais novo Smith Jerrod. 

Essa temporada consegue mostrar claramente a evolução e o desenvolvimento das personagens. Ainda que dê vontade de saber muito mais sobre a vida dessas quatro mulheres, a série consegue ser encerrada de uma forma justa e simples. Para a felicidade de todos, vieram a seguir mais filmes e séries para matarmos a saudade. 

Onde assistir Sex and the City e spin-offs

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Fontes: Harper’s Bazaar, Glamour UK e Elle

Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim

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