Ciência e religião geralmente são colocados em polos opostos na maioria dos debates. Pessoalmente, essa dicotomia sempre me pareceu um tanto falha, já que desde a Era Moderna, o homem praticamente vem substituindo a crença na metafísica religiosa, pela crença na eficiência da tecnologia. É bem verdade que durante esse processo foi possível perceber que a ciência — assim como as religiões — não é capaz de resolver todos os problemas do homem no mundo.
O romance Frankenstein da escritora britânica Mary Sheley foi uma das primeiras manifestações humanas a demonstrar o desalento do homem com a ciência. Ao longo da história, essa decepção continuou a ser narrada de diferentes maneiras e levando em consideração às novas tenologias criadas pelo homem. Atualmente, uma das questões que causa maior preocupação no mundo contemporâneo é a Inteligência Artificial.
O cinema já explorou a questão em cenários nada animadores para os seres humanos como nas terríveis colmeias de baterias humanas em Matrix, ou na opressora e assassina Skynet da saga Exterminador do Futuro, além de tantos outros que abordaram o assunto mais recentemente. Além do campo da ficção, a preocupação acerca da Inteligência Artificial também é compartilhada por cientistas e especialistas em tecnologia, que já se manifestaram oficialmente suas preocupações.
Apesar disso, todos os dias vemos mais aplicações que recorrem ao uso da Inteligência Artificial. Para pensar um pouco mais sobre a questão, um grupo de produtores criaram um pequeno vídeo intitulado “7 Days of Artificial Intelligence” (“A Inteligência Artificial em 7 dias”, em livre tradução), que você pode conferir abaixo.
Inspirado no conceito bíblico da criação do mundo em sete dias, o grupo procurou criar uma releitura distópica desse mito. O curta é uma vídeo colagem que traz referências de clássicos da ficção científica como “Blade Runner“, “2001: Uma Odisseia no Espaço“, “Jogos de Guerra” e também obras mais recentes que se destacaram no gênero como “Transcendence“, “Her” e “Ex-Machina“, para traçar um paralelo entre o mito cristão e a evolução exponencial da Inteligência Artificial.
O resultado é uma inquietante e provocadora narrativa que nos faz pensar sobre nossas crenças e nosso futuro. Admitindo a “licença poética” que toda obra de ficção deve ter, os sete passos em direção à Inteligência Artificial certamente pode te fazer pensar sobre o assunto. Não deixe de conferir!
