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REVIEW: Observer (Switch) é uma incrível experiência cyberpunk

Avatar de luís antônio costa
Preparado para um futuro em que sua mente e memórias serão “observadas” para resolver crimes?

Distopias futuristas não são novidades no mundo dos games – basta relembrarmos sucessos como Bioshock. Sendo assim, o que faz o novo título da Bloobler Team, mesma desenvolvedora do aterrorizante Layers of Fear, se destacar entre seus similares? Embarque nessa aventura tecnológica conosco e descubra.

A Boobler Team cedeu ao Showmetech uma cópia digital de Observer para Nintendo Switch para testes e, após algumas semanas de jogatina intensa, nós apresentamos a vocês uma análise completa desse game indie que faz o jogador mergulhar em um futuro cyberpunk.

Um futuro sombrio

Logo na primeira cena do game, fica bastante evidente que uma das maiores inspirações para seu enredo e visual é o clássico Blade Runner. Desde o texto passando pela tela até mesmo na presença do ator Rutger Hauer (o replicante Roy Batty do filme original), tudo se mistura para criar uma experiência muito similar aos que os espectadores viram em 1982.

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Uma das maiores inspirações para seu enredo e visual é o clássico Blade Runner

Referências à parte, o jogador é apresentado a um futuro em que os implantes cibernéticos se tornaram algo comum e essa “moda” foi levado tão ao extremo que uma guerra entre os humanos comuns e os ciborgues se tornou inevitável. Agora, o ano é 2084 e Chiron, uma gigantesca corporação multinacional domina o que restou do mundo.

O jogador encarna o investigador da polícia chamado Daniel Lazarski. Fãs de Blade Runner vão perceber como Rutger emprestou sua aparência e voz única para dar vida a esse personagem. É como se estivéssemos jogando dentro da própria pele do replicante.

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Game faz parecer que estamos na pele do protagonista

Considerando que os tipos de investigações que Lazarski faz costumam envolver substâncias ilícitas, vírus tecnológicos, corporações fantasmas entre outras coisas, pode-se dizer que Observer fica no lugar comum em termos de elementos de uma ficção científica cyberpunk.

No entanto, é justamente no elemento investigativo do gameplay (jogatina, em tradução livre) que o jogo se destaca entre seus similares. Lazarski possui o título de Observer (o “observador”, em português) não por qualquer motivo. Graças a seus implantes cibernéticos ele é capaz de se conectar a mente de outras pessoas modificadas e explorar seus subconscientes.

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Observer fica no lugar comum em termos de elementos de uma ficção científica cyberpunk

Através do uso dessa habilidade única, o jogador deve ajudar Lazarski a descobrir o envolvimento de Chiron na morte misteriosa de alguns usuários de entorpecentes que podem estar envolvidos em terrorismo cibernético. Sua investigação pode acabar levando-o a descobrir algo ainda muito pior e mais complexo sobre sua realidade cibernética.

Detetive dos sonhos

A gameplay em Observer é muito simples, seguindo o estilo de mecânica de games point n’ click. Lazarski pode interagir com alguns objetos ao seu redor e ao falar com indivíduos o jogador pode escolher opções diferentes de diálogo para progredir em sua investigação.

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Jogabilidade é no estilo de The Walking Dead, ou seja, você toma as decisões

Além disso, é possível utilizar dois tipos diferentes de scanners (biológico e mecânico) para identificar itens relevantes nas cenas dos crimes.

O principal elemento da jogabilidade de Observer fica por conta das experiências de Lazarski ao adentrar na mente das vítimas (estejam elas vivas ou mortas). Nesse ponto o game adquire um aspecto quase de terror, em que o cenário muda drasticamente e nada é o que realmente parece ser.

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Game tem mais uma pegada de suspense, mas o terror é assustador

Prepara-se para levar alguns sustos e resolver alguns puzzles (charadas, em tradução livre) que envolvem corredores infinitos e até mesmo escapar de monstros do subconsciente que estão escondidos em cada canto da memória das vítimas!

Junte isso à voz única de Roy Batty que parece estar falando por detrás de você em certos momentos e você terá uma experiência única.

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Prepara-se para levar alguns sustos e resolver alguns puzzles

O jogador deve ficar atento para quando for necessário tomar uma pílula de sincronização. Esse “remédio” virtual é essencial para manter as suas funções cognitivas estáveis.

Devido à quantidade de implantes cibernéticos que Lazarski possui, sua capacidade mental pode começar a diminuir ao longo do tempo, deixando a visão do jogador muito “pixelada”.

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Observer foi lançado para o Switch depois das outras plataformas

Mesmo sendo um game originalmente lançado em 2018 para PC, PS4 e Xbox One, Observer somente deu as caras agora no Nintendo Switch. Para aqueles que vão experienciar o jogo pela primeira vez, é altamente recomendável jogá-lo no modo portátil e com fones de ouvido, uma vez que as sequências na mente das vítimas parece ser mais imersiva nesse modo do console.

Os horrores da tecnologia

Se você procurar Observer pensando se tratar de um game de ação de tiro rápido por ter a estética futurista, não se engane. O jogo é uma experiência lenta e que demanda a atenção do jogador a quase todo o momento para saber o que fazer a seguir.

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Recomendação é jogar com fones de ouvido para ter imersão total

Você pode consultar o log de Lazarski a qualquer instante para conferir sua situação, mas mesmo assim é possível ficar meio confuso depois de sair de uma das “sessões de pesadelo” na mente das vítimas.

Pelo bom e pelo mal, a Bloober Team decidiu se utilizar das mesmas táticas de experiência narrativa que cunhou em Layers of Fear para criar os mundos surreais das mentes das pessoas que Lazarski investiga.

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Maior referência do game é Blade Runner

São sequências cheias de gritos, choros, flashes contínuos e cenários que não param de se modificar. Uma verdadeira viagem por um LSD cibernético.

A parte ruim de se utilizar essa mecânica narrativa é que ela acaba jogando o “mundo real” do game para escanteio. Ao final de Observer você fica com um gosto amargo de que poderia ter conhecido uma realidade bem mais interessante se o jogo explorasse o cenário do mundo futurística de Lazarski.

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Apesar de muito sombrio, trama joga a realidade para escanteio

Nos poucos momentos em que vislumbramos os prédios aos pedaços em contraste com as fachadas e letreiros holográficos luminosos, nos sentimos dentro de um filme de ficção-científica (como se realmente fôsssemos protagonistas de Blade Runner). Os gráficos excelentes feitos na Unreal Engine e a framerate (taxa de quadros por segundo) quase fixa em 60 FPS aumentam essa sensação.

Infelizmente, Observer foca mais em colocar o jogador em um ambiente mais fechado, criando um sentimento quase claustrofóbico quando estamos dentro da mente das vítimas.

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Sensação é de que somos protagonistas de uma ficção

Talvez essa tenha sido a intenção dos desenvolvedores: criar uma experiência interativa que mexesse com nossos sentidos e com a percepção da mesma forma que bagunçam a mente já perturbada de Lazarski.

De olho no futuro de Observer

Observer é uma ótima escolha para os amantes de ficção-científica que procuram um game mais “sério” e aprofundado na temática cyberpunk.

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Mesmo com uma gameplay que parece se arrastar em certos momentos, as sequências de pesadelos na mente das vítimas que Lazarski “observa” são a cereja do bolo nessa aventura futurística que fazem cada minuto jogado valer a pena.

Já jogou Observer? Queremos saber sua opinião sobre o game. Visite o Showmetech para mais reviews de jogos e muito mais.

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