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NASA anuncia novas imagens de luzes no planeta anão Ceres

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Técnicos da Nasa dão detalhes da missão da sonda Dawn. Lançada ao espaço em 2007, o projeto se dedicará a enviar imagens de Ceres pelos próximos 16 meses
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Concepção artística do planeta-anão Ceres, satélite localizado no cinturão de asteroides compreendido entre as órbitas de Marte e Júpiter

Quanto mais a sonda Dawn se aproxima do planeta-anão Ceres, mais imagens aparecem e continuam a intrigar cientistas e astrônomos. Na última semana, o mundo todo parou após a NASA divulgar imagens que mostravam 2 pontos brilhantes no planetoide. A imagem foi obtida em 19 de fevereiro a uma distância de cerca de 46 mil quilômetros. Essa semana, imagens divulgadas em formato de GIF no site Jet Propulsion Laboratory (Laboratório de Propulsão a Jato da NASA) mostra mais detalhes do comportamento das luzes de Ceres. Dessa vez, as fotografias foram retiradas a uma distância de cerca de 25 mil quilômetros.

Em uma entrevista coletiva, concedida nesta segunda-feira (02/03/2015), técnicos da NASA ofereceram detalhes da missão da sonda Dawn. Lançada ao espaço em 2007, o projeto se dedicará a enviar imagens de Ceres durante 16 meses aos cientistas para que possam estudar sua superfície e entender melhor sua origem e evolução. Mesmo diante de tantos desafios, a equipe de cientistas não contém seu otimismo: “A Dawn está prestes a fazer história“, afirmou Robert Mase, diretor da missão da sonda no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia.

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Imagem obtida no dia 19 de fevereiro de 2015, a uma distância de 46 mil quilômetros de distância de Ceres

Os pontos brilhantes podem ser interpretados por diferentes hipóteses, mas de uma forma geral é um forte indício da presença de atividade tectônica na superfície de Ceres. O principal pesquisador da missão Dawn, Chris Russell, disse no comunicado que os brilhos de Ceres poderiam ter uma origem vulcânica, mas prefere esperar imagens de maior resolução para poder fazer afirmações geológicas. “Isso (os pontos brilhantes) pode estar apontando para uma origem vulcânica dos pontos, mas teremos que esperar por imagens de melhor resolução antes de fazermos essas interpretações geológicas“, declarou.

Outras hipóteses incluem gelo (já que cientistas já haviam detectado vapor d’água vindo da superfície do planetoide) e também a possibilidade de ser sal. O corpo celeste foi descoberto em 1801 por Giuseppe Piazzi e primeiro foi considerado um cometa, depois um planeta e um asteroide, até que finalmente foi catalogado como planeta anão em 2006. O mini planeta de 970 km de diâmetro é o maior objeto no cinturão de asteroides compreendido entre as órbitas de Marte e Júpiter e que abriga centenas de corpos celestes. Segundo a NASACeres poderia abrigar um grosso manto de gelo e esconder um oceano sob sua crosta gelada. Além disso, os cientistas estimam que 25% de sua massa planetária poderia ser água.

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GIF de imagem registrada pela sonda Dawn em que é possível observar duas manchas brilhantes dentro de uma cratera.

A Agência Espacial norte-americana também disponibilizou um vídeo que mostra o comportamento de rotação do protoplaneta Ceres, numa órbita entre Marte e Júpiter. A Dawn deve entrar em órbita ao redor de Ceres às 9h20 (horário de Brasília) dessa sexta-feira (06/03/2015). No entanto de acordo com fontes da NASA, os radiotelescópios da Terra não estarão em posição para captar o sinal enviado pela Dawn até algumas horas mais tarde.

A sonda movida a energia solar visitou durante 14 meses (entre 2011 e 2012) o asteroide gigante Vesta, que, como Ceres, se encontra no mesmo cinturão de asteroides. Na ocasião, a sonda fez mais de 30 mil imagens do corpo celeste e proporcionou aos cientistas melhores conhecimentos sobre a composição e a história geológica de Vesta, que com um diâmetro de 525 quilômetros era o segundo maior asteroide do Sistema Solar, até ser promovido a protoplaneta em 2012.

O diretor da Divisão de Ciências Planetárias da NASA, Jim Green, disse no comunicado que os brilhos de Ceres pode ser mais uma pista em busca das origens do nosso sistema solar e do universo: “Estudar Ceres nos permitirá fazer uma pesquisa histórica do espaço, poderemos adentrar no primeiro capítulo da história de nosso sistema solar“, afirmou em videoconferência da sede da agência espacial em Washington. “Os dados enviados de Dawn poderiam contribuir para avanços significativos em nossa compreensão de como se formou o sistema solar“, acrescentou o cientista.

Os cientistas estão ansiosos para olhar mais de perto o planeta-anão formado há 4,6 bilhões de anos. “Eles são literalmente fósseis que podemos investigar para entender os processos que estavam acontecendo naquele tempo“, disse a cientista Carol Raymond, também do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. “Ceres estava no caminho para se tornar um planeta, mas seu desenvolvimento foi interrompido pela gravidade de Júpiter“, completou

Fonte: Mashable

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