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Qual a cor deste vestido?

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Qual a cor deste vestido? Polêmica viral na internet percorre o mundo atrás de explicação.

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Provavelmente, em alguma hora do dia, você ainda vai escutar a seguinte pergunta: “Qual a cor deste vestido?”. A curiosidade se deve a uma simples foto de uma mulher usando um vestido listrado. São duas cores. Você já deve estar pensando: Ok, e daí? Vamos lá… não tem como entender sem antes fazer um simples teste… Chame alguém, qualquer pessoa que estiver por perto e pergunte quais cores ele vê no vestido? Provavelmente você vai se surpreender com a resposta…

O “incidente” começou quando um estudante, começou a notar que não conseguia entrar em acordo com seus colegas sobre a cor de um vestido usado em uma foto, depois de a ter compartilhado.

Ao questionar sobre a cor do vestido encontrado na foto, notou que várias pessoas se dividiam sempre entre duas respostas: alguns falam que é azul e preta, outros garantem que é dourado e branco (A foto abaixo mostra tanto a cor que você está vendo, como a que seu colega garante ele vê).

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A primeira explicação a surgir na rede apontava como culpa monitor em que a foto era vista… errado! (Quem duvidar, pode imprimir a foto em uma folha de papel, para constatar que a cor do vestido continua a causar divergência). Daltonismo, dizem alguns…. Também não…

Já se sabe, de acordo com o fotógrafo, que a cor verdadeira é azul e preta. Agora, por que tem gente garantindo que é dourado e branco?

Mas, por que isso acontece?

O site BrasilPost explica: as inconciliáveis diferenças de opinião entre os pró-azul e os pró-branco se devem a questões fisiológicas. Dependendo do contexto, nosso cérebro pode tentar “interpretar” as cores por si próprio, como explica este artigo publicado na revista Cell.

Evoluímos para enxergar à luz do sol, que vai mudando de cor dependendo da hora do dia. Então, estamos acostumados a tentar compensar possíveis distorções que a luminosidade provoque na cor dos objetos. “As pessoas podem descontar o lado azul, que neste caso faz com que elas terminem vendo branco e dourado, ou descontar o lado dourado, o que faz com que elas vejam azul e preto”, disse o neurocientista Bevil Conway à Wired.

Isso depende não só de aspectos do ambiente como também da constituição particular de cada olho humano. A idade também pode influenciar. Em geral, de acordo com a Time, quanto mais velho o observador, maior a propensão para ver branco e dourado. Mas isso não significa que a cor do vestido seja uma questão de ponto de vista.

Mas, em termos mais técnicos, isolando-se cada tonalidade da peça e verificando a escala RGB, é inegável: o vestido é azul e preto.

Segundo outra explicação que está sendo repassada pela internet, no fundo dos olhos estão as retinas, estruturas que lhe permitem detectar a cor. A percepção cromática está associada à atividade de certos tipos celulares denominados cones. Já os bastonetes são responsáveis pela percepção de sombras, dadas pela associação do preto, branco e cinza. Os cones só vão se ativar na presença de luz em quantidade suficiente. Há três tipos deles, os pequenos, os médios e os grandes, sensíveis ao azul, verde e vermelho.

Para entender o porque das percepções divergentes de cor relacionadas ao vestido da imagem, é preciso antes de tudo compreender os sistemas neurofisiológicos de cores.

Sistema Aditivo:

Quando falamos em cor, estamos na verdade falando de luz, pois, sem a luz não existiriam o que chamamos “cores”. Na natureza encontramos dois sistemas cromáticos: o sistema aditivo e o sistema subtrativo. O sistema aditivo é aquele formado pelas três cores primárias da luz (azul-violeta, vermelho e verde), decompostas a partir da luz branca solar que é a fonte natural de luz no planeta terra. As lâmpadas elétricas, velas e outros aparatos luminosos, nos fornecem iluminação sintética. Chama-se aditivo porque a adição das três cores primárias resulta na percepção da luz branca.

Sistema Substrativo:

Todos os objetos do mundo possuem cor. Essa cor é formada pelos elementos naturais ou sintéticos que se encontram em sua camada externa. Os pigmentos podem também ser naturais ou sintéticos. Esses pigmentos em contato com as cores-luz vão absorver determinadas faixas de onda cromática e refletir outras, que serão captadas pelo olho humano. O sistema subtrativo leva esse nome tendo em vista que a mistura de suas cores primárias tendem ao preto, ou seja, ausência de luz. As cores primárias do sistema subtrativo são o ciano, o magenta e o amarelo.

Resumindo…

Se você está vendo o vestido azul e preto: os cones da sua retina estão bem ativos, e isso resulta em seus olhos fazendo a mistura subtrativa.

Se você está vendo o vestido branco e dourado: os olhos não funcionam bem com pouca luz e os bastonetes da sua retina detectam o branco. Menos sensíveis à luz, os seus olhos criam a mistura de aditivos, verde e vermelho, para fazer dourado.

Por outro lado, se você vê o vestido ora branco e dourado, ora azul e preto, ou uma combinação dos dois, seus olhos são de “nível médio” e podem mudar devido à luminosidade do ambiente em que se encontram ou em virtude da maneira como está inclinada a tela do seu computador, telefone ou tablet. Esse tipo de percepção divergente é o mesmo tipo que ocorre em muitas manipulações sensoriais produzidas por ilusões de óptica.

Essa foi a explicação mais plausível que encontramos para explicar o fenômeno.

Fontes: Unicamp, Buzzfeed, MeuCerebroBrasilPost.

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