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Review: UMI Plus, um intermediário com alto custo-benefício

Avatar de bruno martinez
Hoje vamos conhecer um dos seus principais modelos: o UMI Plus, que nos surpreendeu tanto de forma positiva quanto negativa.

Um dos grandes trunfos do Android é a quantidade de fabricantes que usam o sistema. Alguns já estão bastante estabelecidos, como Samsung, LG e ASUS, enquanto outros lutam por seu lugar ao sol. É o caso da UMI, fabricante chinesa que foca no custo-benefício e já possui uma forte presença na Ásia, e hoje vamos conhecer um dos seus principais modelos: o UMI Plus. Ele nos surpreendeu tanto de forma positiva quanto negativa, e vamos entender o motivo nas próximas linhas.

Construção e tela

A qualidade da construção do UMI Plus é realmente surpreendente. Mal parece que temos em mãos um aparelho que custa menos de um terço do preço do iPhone mais barato. Ele conta com uma construção em metal de corpo único, bordas com “diamond cut” e linhas de antena bastante discretas. A região frontal é preenchida totalmente pelo vidro da tela, com uma pequena proteção nas bordas para protegê-lo.

Na região esquerda temos os controles de volume e o botão Power e à direita temos um botão configurável semelhante a Boom Key do Idol 4. Na parte de cima temos o conector P2 de fones de ouvido, com a conexão USB tipo C centralizada com a caixa acústica na parte de baixo. O botão Home em baixo relevo abaixo da tela conta com um sensor de impressões digitais embutido.

  • Peso: 185 g;
  • Dimensões: 15,5 x 7,5 x 0,88 cm;

Um dos pontos que mais nos chamou a atenção foi a qualidade da tela. Com 5,5 polegadas e resolução Full HD (401 PPI) está de acordo com os principais modelos do mercado. Além disso, a tecnologia LCD IPS tem uma precisão de cores impressionante, oferecendo uma qualidade semelhante à presente no Zenfone 3. Para uma tela IPS, o contraste é acima da média, com contornos bem definidos e textos suaves. Os níveis de preto ficaram um pouco abaixo do esperado, uma característica de painéis LCD.

Temos algumas ressalvas aqui. O botão Home é um botão físico, mas o clique é acionado mesmo sem pressioná-lo. Depois de algum tempo acabamos nos acostumando, mas esperamos que a UMI corrija esse problema com uma atualização de software. Outra ressalva é um pouco mais complicada: não há indicativos de botões capacitivos ao lado do botão Home (como acontece com os aparelhos da Samsung), sem a sua função claramente definida.

Mesmo assim, os botões de controle também estão presentes na tela, como acontece com o Android puro. Ou seja, temos as duas opções de controle, como o UMI Plus usasse uma ROM não compatível com as características do aparelho. Essa é a nossa principal crítica ao aparelho, que parece ter sido colocado à venda às pressas.

Configuração

O chip em questão é o MediaTek MT6755M (Helio P10), típico de um intermediário. São oito núcleos Cortex-A53 rodando a 1,8 GHz, 4 GB de memória RAM e GPU Mali-T860. Ele é um concorrente direto do Snapdragon 616 da Qualcomm, sendo o suficiente para executar boa parte dos apps e jogos da Play Store sem grandes problemas. Apesar de ser um chip intermediário, não sentimos travamentos ou lentidões no dia a dia. Ainda assim, alguns jogos mais pesados, como o Real Racing 3, rodam com gráficos mais simples.

Um dos pontos que fazem o UMI Plus ser bastante espertinho é a implementação do Android 6.0 Marshmallow. As modificações no sistema são bastante suaves, basicamente adicionando uma camada de transparência no menu. Isso certamente alivia o processador, e os 4 GB de memória RAM são mais do que o suficiente para ter um multitarefa sem precisar “congelar” os apps em background.

São 32 GB de memória interna, dos quais 24,7 GB são acessíveis para o usuário, e há suporte para cartões de até 256 GB. Porém, a gaveta usa o segundo slot SIM também para o micro SD, de forma que você deve escolher entre usar dois chips ou apenas um chip com cartão micro SD.

Não sabemos se o UMI Plus será atualizado para o Android 7.0, mas acreditamos que sim. Ficamos cerca de um mês com o aparelho, período em que ele recebeu 4 atualizações de sistema. De qualquer forma, essa é apenas uma especulação, além de ser algo que seria extremamente bem-vindo.

Câmera

O que o UMI Plus surpreende em relação às fotos, decepciona nos vídeos. A câmera traseira de 13 megapixels consegue tirar fotos com boa qualidade, trabalhando bem com HDR e diversas condições de luz. O software, bastante semelhante ao presente no iPhone, é bastante intuitivo e conta com opões manuais, mas o modo automático trabalha bem na maioria das situações. Só sentimos falta de um foco mais rápido, já que fotos tremidas são frequentes.

os vídeos são bastante básicos, em especial por ficarem restritos a 720p. Algo curioso, aliás, já que o sensor aguentaria até vídeos em 4K, em teoria. Talvez seja uma limitação da GPU do chip, incapaz de codificar vídeos com maior resolução (e framerate). Mesmo com uma resolução menor, a qualidade não fica dentro do esperado, infelizmente.

A câmera frontal tem 5 megapixels e tem um resultado similar. As selfies contam com boa qualidade, mas os vídeos ficaram bem abaixo do esperado, em especial em ambientes fechados. Ao ar livre a qualidade melhora bastante, mostrando uma incapacidade do sensor de lidar com diversas condições de luz.

Como resultado, temos um par de câmeras que não chega a ser ruim, mas destoa da qualidade do resto do aparelho.

Bateria e extras

Temos aqui um ponto que nos surpreendeu. O UMI Plus vem com uma bateria não-removível de 4000 mAh, sobrevivendo a um dia inteiro de uso pesado sem problemas. Parte da explicação dessa boa autonomia, que pode chegar a 2 dias de uso leve, é o próprio tamanho dela. A segunda parte é o chip Helio P10, trazendo as tecnologias de economia de energia da MediaTek. Entre elas, o CorePilot, com processamento assíncrono sob demanda e capacidade de desligar núcleos individualmente. Com a tela desligada, o consumo é baixíssimo.

Os extras incluem o já mencionado sensor de impressões digitais, um pouco menos preciso do que gostaríamos, e um kit completo de conectividade:

  • 4G LTE dual chip (segunda gaveta compartilhada com o cartão micro SD);
  • Wifi nos padrões A, B, G, N;
  • Bluetooth 4.1;
  • GPS com A-GPS;
  • VoLTE;

O UMI Plus suporta carregamento rápido, chegando a 15 watts (12V, 1,25A). Em nossos testes, o aparelho carregou completamente em pouco mais de uma hora. Com 30 minutos, carrega aproximadamente 50% do total.

A qualidade de som das caixas é mediana, em especial em volumes mais altos. Não há fones de ouvido na embalagem, mas a qualidade com um modelo padrão que testamos nos surpreendeu. De qualquer forma, bem que poderia estar incluso na embalagem, não?

Conclusão

Recebemos o UMI Plus na cor dourada para testes pela TomTOP. Ele pode ser encontrado por US$ 182,99 (cerca de R$ 588 sem taxas ou impostos, na data de publicação deste artigo) nas cores dourada e cinza escuro. Como referência, um aparelho com características semelhantes no Brasil sairia por aproximadamente R$ 1400, mostrando o altíssimo custo-benefício do aparelho. Porém, temos nossas ressalvas.

A primeira delas é a escolha dos botões de controle. Isso pode ser corrigido por uma atualização de software da UMI, mas não sabemos se isso ocorrerá ou não. A segunda é sobre o sensor de impressões digitais, que a UMI chama de “Touch ID 2.1”. Tentamos diversas vezes, mas não conseguimos cadastrar o mesmo nível de precisão que estamos acostumados, como a presente no Zenfone 3. A terceira é a qualidade das câmeras, que ainda têm muito o que melhorar.

De qualquer forma, trata-se de um aparelho acessível que deixa pouco a desejar. A qualidade dos componentes é inegável, ainda que a ausência de um fone de ouvido, mesmo básico, seja um ponto negativo. Considerando o pouco tempo de mercado da empresa, e o que observamos no UMI Plus, ficamos bastante ansiosos sobre os próximos lançamentos da UMI.

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