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Governo indiano quer banir mais de 50 apps incluindo TikTok e Zoom

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Agências de inteligência indianas afirmam que a lista de apps — que inclui TikTok e Zoom — deve ser banida por representar ameaça à segurança nacional

Agências de inteligência indianas recentemente solicitaram ao governo para bloquear (ou ao menos aconselhar que os usuários parem de utilizar) uma lista de mais de 50 aplicativos móveis, a maior parte deles ligados diretamente a preocupações com o governo chinês. Os motivos se devem ao fato de esses serviços não serem considerados seguros e estarem extraindo uma quantidade massiva de dados para fora da Índia.

A lista de apps que apresentam ameaça à segurança inclui o aplicativo de vídeos curtos TikTok e outros aplicativos de utilidade e conteúdo chineses, como navegador UC, Xender, SHAREit e Clean-master. Outro app que figura na lista, apesar de não ser chinês, é o aplicativo de videoconferência Zoom.

Sem TikTok, Zoom e outros apps na Índia

Um alto funcionário do governo indiano disse que a recomendação das agências de inteligência do país foi recentemente apoiada pela Secretaria do Conselho de Segurança Nacional, que considerou que esses aplicativos poderiam ser prejudiciais à segurança da Índia. Em 17 de junho, o governo do primeiro-ministro Narendra Modi bloqueou ou emitiu avisos contra o uso de aplicativos móveis, em grande parte vinculados à China. As agências estão preocupadas com o fato desses aplicativos extraírem grandes quantidades de dados de usuários indianos e não serem seguros.

Embora ainda não haja uma palavra oficial sobre como o governo vai agir a esse respeito, a decisão pode ser complicada, porque a lista inclui alguns aplicativos que são extremamente populares e frequentemente usados na Índia, como TikTok, Zoom, SHAREit, Bigo Live, Club Factory, Shein. Além disso, muitos desses aplicativos são os principais colaboradores da economia virtual da Índia.

Essa decisão chega em um momento em que a tensão nas fronteiras entre os dois países já está muito complicada, o que levou a marca chinesa de smartphones Oppo a cancelar o lançamento de um modelo devido a pressões por boicote de produtos chineses. A seguir, iremos explorar cada categoria de aplicativos que o governo indiano pretende banir o uso no país.

Mídias sociais

Boa parte dos aplicativos de compartilhamento de vídeo utilizados pelos indianos são de origem chinesa. O melhor exemplo disso é o TikTok, que já conta com mais de 120 milhões de usuários ativos mensais na Índia. Outros apps chineses populares de compartilhamento de vídeo incluem o Helo, que possui mais de 50 milhões de usuários na Índia, e o Bigo Live, com mais de 22 milhões de usuários no país.

Tiktok, um dos apps chineses
Não apenas na Índia, mas o TikTok é um dos apps chineses mais popular do mundo atualmente

O grande problema é que tamanha popularidade também tornou esses aplicativos o centro de críticas e ceticismo das autoridades e do público em geral. Portanto, não é de surpreender que uma série de apps de compartilhamento de vídeo tenham entrado na lista que as agências de inteligência indianas consideram programas de alto risco.

A lista de aplicativos nessa categoria incluí: TikTok, Zoom, Vigo Video, Bigo Live, Weibo, WeChat, Helo, LIKE

Comércio eletrônico

A Índia tem mais de 500 milhões de usuários de internet mas, ironicamente, sua indústria de comércio eletrônico ainda representa apenas cerca de 3% do varejo geral do país. Dessa forma, as principais empresas de varejo americanas, Amazon e Walmart, fizeram grandes investimentos no setor de comércio eletrônico indiano. Embora em uma quantidade menor, os apps chineses de comércio eletrônico também tentam conquistar o mercado indiano.

Compras pelo clubfactory
O ClubFactory é um popular aplicativo de compras que entrou para a lista de serviços que podem ser banidos na Índia

A lista de aplicativos nessa categoria incluí: ClubFactory, ROMWE, SHEIN

Apps de beleza

Assim como em muitos outros lugares da mundo, a Índia é obcecada por selfies e o país tem sido um terreno fértil para aplicativos de aprimoramento de fotos. Em 2016, a Índia se tornou o segundo maior mercado depois da China para a Meitu, fabricante de dois dos aplicativos de aprimoramento de selfie mais populares, BeautyPlus e MakeupPlus. A empresa até lançou um aplicativo, BeautyPlus Me, projetado especificamente para usuários indianos.

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O BeautyPlus faz muito sucesso na Índia, mas seus dias de adicionar efeitos a fotos podem estar contados no país

A lista de aplicativos nessa categoria incluí: BeautyPlus, Photo Wonder, YouCam Makeup, Perfect Corp, SelfieCity, Wonder Camera

Compartilhamento de arquivos

Dois populares aplicativos de compartilhamento de arquivos, SHAREit e Xender, também entraram para a lista de programas perigosos da agência de inteligência indiana. Em janeiro de 2019, o SHAREit se tornou o terceiro aplicativo mais baixado na Índia, próximo apenas ao WhatsApp e ao Facebook. De propriedade da Lenovo, o aplicativo tem mais de 400 milhões de usuários na Índia.

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Apesar de muito popular, o governo indiano não confia nos mecanismos de segurança do SHAREit

Quatro populares navegadores da Internet de origem chinesa também estão na lista de programas perigosos na Índia: UC Browser, APUS Browser, CM Browser e DU Browser. Sua grande popularidade é devido a dois motivos: baixo consumo de dados e alta privacidade ao usuário. Em um país em que a velocidade da Internet pode ser bastante baixa em diversas localidades, poder navegar sem utilizar muitos dados tornam esses aplicativos chineses muito atrativos aos usuários indianos.

Navegador uc browser
Ao contrário do ocidente, o UC Browser é o navegador de Internet mais popular na Índia

Agregadores de notícias

Dois apps chineses agregadores de notícia, o Alibaba e o UC New, também são considerados arriscados pela inteligência indiana. Além desses dois, outro aplicativo de agregação de notícias recomendado para uma proibição em potencial é o NewsDog, que possui um repositório online de informações sobre diversas empresas.

Agregador de notícias newsdog
O NewsDog é um popular agregador de notícias na Índia, mas a preocupação do governo está em como o serviço armazena dados de outras empresas

Xiaomi

Era praticamente inevitável que a Xiaomi, uma das maiores marcas de tecnologia chinesa no mundo, escapasse da lista de aplicativos banidos da Índia. As agências de inteligência também incluíram três aplicativos de propriedade da Xiaomi que se tornaram um nome familiar na Índia: Mi Video Call, Mi Community e Mi Store.

Logo da xiaomi
Diversos aplicativos da gigante Xiaomi podem ser banidos na Índia

A Xiaomi, com sede em Pequim, é líder de mercado em vendas de smartphones na Índia nos últimos cinco trimestres. De janeiro a março, a empresa respondeu por 30% de todos os smartphones vendidos na Índia. Também vende quase 50% de todas as bandas de fitness vendidas no país.

Ferramentas

Além dessas categorias de aplicativos citados ao longo do artigo, também há vários outros apps chineses de uso variado que foram incluídos na lista de aplicativos sinalizados pelas agências de inteligência indianas. Eles oferecem serviços como aprimoramento da produtividade do smartphone, edição de vídeo, proteção contra vírus e gerenciamento de mídia social.

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Não é apenas na Índia, mas os serviços da empresa Baidu não são vistos com muita confiança em outros locais do globo

A lista de aplicativos nessa categoria incluí: Vault-Hide, VivaVideo-QU Video Inc, Virus Cleaner (Hi Security Lab), DU Recorder, Baidu Translate, Baidu Map, Mail Master, Parallel Space, DU Battery Saver, DU Cleaner, DU Privacy, Clean Master – Cheetah, CacheClear DU Apps Studio, Clash of Kings, ES File Explorer.

Fonte: Republic World; Hindustan Times

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