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Crise Política: o que dizem as hashtags e tweets sobre Michel Temer e o Brasil

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Para a consultoria Bites, Michel Temer optou por não renunciar, mas a opinião pública digital já mostrou que não haverá sustentação para seu governo.

Em tempos em que notícias são compartilhadas e opiniões políticas – de todas as tonalidades e intensidades – ecoam pelas redes sociais, não surpreende a constatação de que é possível analisar estes dados para entender qual é a opinião publica digital sobre um determinado acontecimento. E foi isso que fez a BITES, uma empresa de análise de dados que interpreta e cruza informações para produzir insights para decisões estratégicas, ao avaliar o que dizem os tweets, hashtags e comentários publicados nas últimas 24 horas da mais recente crise política brasileira.

Segundo a BITES, Michel Temer decidiu não renunciar, mas não há qualquer indício de que terá sustentação para seu governo. Aumentaram os movimentos pró-impeachment, renúncia ou cassação do atual Presidente do Brasil. Os deputados Alessandro Molon (Rede-RJ) e JHC (PSB-AL), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e oito deputados do PSDB já protocolaram pedidos de impeachment pelas revelações de Joesley Batista.

Até às 16 horas da última quinta-feira (18), o impeachment era a preferência da opinião pública digital na pressão sobre o Presidente da República. Desde ontem, até antes do anúncio de que Temer não renunciaria, 265.928 tweets indicavam apoio ao impedimento. Nas três horas seguintes, houve aumento de 10,2% nesse volume.

Entre parlamentares, até às 17 horas, 86 deputados comentaram a situação de Temer no Twitter – 82 deles pedindo a saída do Presidente. Apenas Mário Heringer (PDT-MG), Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) e Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) não se manifestaram de forma inequívoca sobre apoiar ou pedir a queda de Michel Temer.

O deputado Arolde de Oliveira (PSC-RJ) atacou Molon por causa do pedido de impeachment.

https://twitter.com/AroldeOliveira/status/865023812072615936

Dos 82 políticos que pediram a saída de Temer, 33 falaram explicitamente em impeachment; 46 mencionaram renúncia; dois lembraram a possibilidade de cassação pelo TSE; 62 deles pediram eleições diretas – movimento que é muito forte na oposição, mas deve ganhar a força de parte da opinião pública nos próximos dias.

Além de deputados da Rede, PT, PCdoB, PDT, pediram também por diretas parlamentares do PR (Edson Moreira), PROS (Ronaldo Fonseca) e PPS (Eliziane Gama; Luciano Ducci). O PPS, aliás, já abandonou o governo, visto que o líder do partido, Roberto Freire, deixou o Ministério da Cultura.

Entre os que abandonaram Temer, também estavam Diego Garcia (PHS-PR), que inclusive convidou internautas a votarem entre as opções de cassação ou impeachment do Presidente, Sandro Alex (PPS-PR), Marco Feliciano (PSC-SP), Fábio Mitidieri (PSD-SE), Augusto Carvalho (SD-DF), entre outros.

Além disso, no PSDB, partido mais importante para compor a base do governo, manifestaram-se contra o Presidente: Vanderlei Macris, muito ligado a Alckmin, Elizeu Dionizio, do Mato Grosso do Sul, e Daniel Coelho, da ala pernambucana do partido, que tem Bruno Araújo no ministério. Temer sangra em diversos partidos da base.

Além destes, foram 23 os Senadores que se manifestaram no Twitter sobre os principais fatos revelados ontem. Só Aécio Neves e José Medeiros não se posicionaram contra Temer, o primeiro, apenas se manifestando através de uma nota de assessoria. Os demais pediram pela renúncia do Presidente (13 deles), cassação pelo TSE (3 deles) ou impeachment (4 senadores). Alguns, apenas se manifestaram contra o presidente.

Além de petistas e de Randolfe (Rede) e Vanessa Grazziottin (PCdoB), se manifestaram contra Temer os senadores do PMDB (Roberto Requião), DEM (Ronaldo Caiado), PDT (Lasier Martins e Angela Portela), PP (Ana Amélia), PPS (Cristovam Buarque), PSB (João Capiberibe e Lídice da Mata), PTB (Armando Monteiro), e PV (Álvaro Dias).

Tantas perdas no Senado são um indício que não haverá mais governabilidade. Para aprovar uma PEC, por exemplo, o governo não pode ter mais que 27 senadores contra si. Até 19h de ontem, 3.339.952 tweets mencionaram as gravações de Joesley Batista, Aécio, Temer ou outras palavras relacionadas à crise.

Ganha força um movimento por eleições diretas, nas redes sociais. Foram 123.737 tweets com a hashtag #DiretasJá, a mais popular entre as usadas nesses dois dias. Atrás dela, está a tradicional #ForaTemer, com 94.523 tweets, até as 19h desta quinta-feira.

Aécio neves já é o grande derrotado na crise.
Aécio Neves já é o grande derrotado na crise.

Aécio Neves já é o grande derrotado na crise: foi alvo de pedido de prisão, perdeu a presidência do PSDB e pode perder o mandato de senador. Ele e sua irmã foram alvo de 952.633 tweets até 19h. Entre as mensagens com mais repercussão, nenhuma o defendeu.

Mesmo a direita anti-Dilma, que usou a crise para atacar o PT, lavou as mãos em relação ao senador tucano, casos de Danilo Gentili e Janaína Paschoal.

Mas Temer foi o principal alvo da fúria das redes sociais. Ele apareceu em 2.254.718 mensagens no Twitter até 19h de ontem. Todas as mensagens com mais RTs foram fortemente negativas. Além disso, uma das palavras mais associadas ao presidente voltou a ser Cunha: 219.984 mensagens associaram Temer ao ex-deputado preso, 9,8% das menções a ele.

Fonte: Bites.

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