Algoritmos que escaneiam CV atrapalham a busca de emprego de 27 milhões de pessoas

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Pesquisa divulgada pela Universidade de Harvard cita grande impacto da tecnologia como consequência do índice de desemprego dos EUA

Nos tempos modernos, tornou-se comum as empresas incorporarem a tecnologia em seus processos seletivos. Porém, nem sempre isso se põe a favor do candidato. Uma pesquisa da Universidade de Harvard apontou que os algoritmos que escaneiam CV estão impedindo cerca de 27 milhões de pessoas de conseguir um emprego em tempo integral.

Situação da busca de emprego na modernidade

Antigamente, era mais comum as empresas adotarem longos processos, com entrevistas presenciais e testes demorados. Com a facilitação do acesso à tecnologia e ainda o isolamento social provocado pela pandemia de COVID-19, a escolha mais proveitosa para as companhias foi buscar softwares que realizassem o mesmo trabalho muito mais rápido.

Os dados dos acadêmicos dizem que 75% dos empregadores nos Estados Unidos utilizam esse mecanismo. Dessa forma, os trabalhadores ocultos têm suas candidaturas negadas, muitas vezes graças a “processos de contratação que se concentram no que eles não têm (como credenciais), em vez do valor que podem trazer (como habilidades)”. A busca por palavras-chave no currículo é um exemplo.

Tal questão também se reflete no Brasil com um tópico extra: cada vez mais os contratantes buscam pessoas especializadas em áreas diferentes da sua original. Então, além da escassez e dificuldades para encontrar uma vaga, os profissionais precisam ser capazes de realizar múltiplas tarefas. Essa tendência tem acontecido nos últimos tempos e promete continuar. A área de TI é uma das que mais está em mudança.

Os trabalhadores ocultos

Algoritmos que escaneiam cv atrapalham a busca de emprego de 27 milhões de pessoas
Profissionais acabam tendo dificuldade de encontrar emprego por conta da análise de currículos feita por IA, que escolhe por recursos premeditados em vez das qualidades do candidato de fato.

Nomeados de “trabalhadores ocultos”, esses profissionais enviam seus currículos para os processos seletivos que, por sua vez, são automatizados com o auxílio de inteligência artificial (IA). A seleção é feita em minutos e, consequentemente, vários perfis acabam sendo descartados.

O relatório de Harvard dividiu os profissionais em três categorias: aqueles que possuem emprego de meio período, mas gostariam de um em tempo integral (63%), os que procuram vagas e estão desempregados há muito tempo (33%) e, por fim, os que estão ausentes do mercado de trabalho atualmente (4%).

O levantamento constatou que os principais afetados pelo algoritmo das empresas são os veteranos, pessoas com deficiência, refugiados, ex-detentos, pessoas com problemas de saúde mental ou física, pessoas cujo cônjuge se mudou para outro local e cuidadores de idosos e adultos.

Os pesquisadores afirmam que a situação nos Estados Unidos deve refletir o que acontece também em outros locais no mundo, como o Reino Unido e a Alemanha. Se não há a manutenção da tecnologia de IA, os números de desempregados tendem a não melhorar.

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Fonte: Exame

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