Depois de um ano de rumores e da partida de ambos os co-fundadores, foi confirmado que o WhatsApp terá anúncios oficialmente. O vice-presidente Chris Daniels confirmou hoje ao Outlook India que os dias de uma plataforma livre de anúncios estão contados:
“Vamos colocar anúncios na seção ‘Status’. Esse será o principal modo de monetização do app, bem como uma oportunidade para as empresas alcançarem pessoas no WhatsApp.”
A seção ‘Status’ é uma versão do Instagram Stories dentro do WhatsApp, ela mesma copiada do app Snapchat. Nela, os usuários podem compartilhar textos, fotos, vídeos e GIFs que desaparecem 24 horas após a postagem.
A notícia já era esperada. Brian Acton, co-fundador do app original, tem sido muito vocal sobre o seu desgosto pelos planos de monetização do Facebook, mas sem alcançar qualquer mudança de estratégia da empresa de Mark Zuckerberg nesse sentido.
Outros tempos
No passado, em 2012, a empresa publicou um blog apaixonado, intitulado: “Por que não vendemos anúncios”. Nela, dizia-se que quando a publicidade está envolvida “você é o usuário, o produto”. Os cofundadores até citaram um dos mantras do filme Clube da Luta (Fight Club, 1999):
“A propaganda nos faz querer carros e roupas, trabalhar no que detestamos, para que possamos comprar coisas que não precisamos.”
Mas o WhatsApp foi vendido para o Facebook em 2014 por cerca de US $ 19 bilhões e, depois disso, os cofundadores que ainda participavam das decisões se viram diante de lutas para manter essa visão original.
Em setembro desse ano, Acton disse à revista americana Forbes: “No final do dia, vendi minha empresa. Eu vendi a privacidade dos meus usuários para um benefício maior. Eu fiz uma escolha e um compromisso. Eu vivo com isso todos os dias.” Os problemas de privacidade a que ele se refere incluem a pressão do Facebook para permitir que ele acesse os números de telefone dos usuários do WhatsApp e publique anúncios direcionados usando os dados dos clientes.
Adeus WhatsApp
Muitos usuários do fórum Reddit estavam insatisfeitos com a mudança e disseram que estavam considerando mudar para um novo serviço seguro de mensagens, como o Signal ou o Telegram – embora sejam muito menos populares do que o WhatsApp, que tem mais de 1,5 bilhão de usuários globalmente.
Independentemente disso, a decisão foi tomada. Embora Daniels não tenha definido um cronograma para quando os anúncios serão exibidos, os relatórios sugeriram que os anúncios segmentados chegarão à plataforma a partir de 2019.
Fonte: Outlook India.
