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Coronavírus: Fotos exploram nova realidade das metrópoles durante quarentena

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Série de fotos mostra espaços (quase) vazios de metrópoles ao redor do mundo durante quarentena da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Quarentena e distanciamento social. A cada dia que passa os órgãos oficiais, veículos de comunicação, celebridades, influenciadores e afins ressaltam mais a necessidade de ficarmos em casa para achatar a curva de contágio da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus. E uma série de fotos do jornal The New York Times explora essa nova realidade em metrópoles ao redor do mundo, cujas paisagens já começam a mudar.

Entre as recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para enfrentar a pandemia da COVID-19 está evitar ao máximo sair de casa. Essa orientação é válida para todas as cidades, estados e países onde o contágio pelo vírus esteja na fase de transmissão comunitária.

Aos poucos, as pessoas aderiram à ideia, principalmente após observarem saltos enormes do número de mortes causadas pelo novo coronavírus de um dia para o outro, como vem ocorrendo na Itália e na Espanha. Apesar de estar longe do ideal, que seria a reclusão total de todas as pessoas, as paisagens nas metrópoles já estão diferentes.

Os fotógrafos contratados pelo jornal foram incumbidos de explorar espaços públicos que, há não muito tempo, costumavam estar abarrotados de transeuntes, fregueses e/ou turistas. E as fotos que eles fizeram nessa jornada um tanto solitária falam por si só. Eis o que eles encontraram:

Estação de trem em berlim quase vazia na quarentena do novo coronavírus.
Berlim, Alemanha (Emile Ducke)
Uma das fotos mostrando estradas de bogotá vazias na quarentena do novo coronavírus
Bogotá, Colômbia (Federico Rios)
Uma praia quase deserta em los angeles
Los Angeles, EUA (Philip Cheung)
Uma rua quase deserta em londres
Londres, Inglaterra (Andrew Testa)
Times square quase deserta à noite
Nova York, EUA
Centro de roma vazio
Roma, Espanha (Alessandro Penso)
Calçada de seul quase vazia
Seul, Coréia do Sul (Woohae Cho)
Ponto de ônibus com apenas uma pessoa usando máscara
Teerão, Irã (Arash Khamooshi)

Fotos de espaços (quase) vazios

As fotos mostram como o estado de calamidade global causado pela proliferação da COVID-19 fez com que o vazio se espalhasse quase igual ao novo coronavírus. Cinemas, praças, praias, parques, restaurantes e templos, que antes viviam preenchidos pelo burburinho de vozes e passos, hoje estão ocos. Ou quase ocos.

Isso porque algumas fotos mostram lugares com muito menos pessoas que o normal – mas não completamente vazios. E no caso de uma foto tirada de um prédio residencial em São Paulo (SP), o que se vê é o outro lado desse contexto de quarentena e distanciamento social: a concentração de pessoas em suas casas e apartamentos, como recomenda a OMS e o Ministério da Saúde.

Prédio com várias pessoas em seus apartamentos
São Paulo, Brasil
Algumas pessoas em trem de paris
Paris, França (Andrea Mantovani)
Restaurante com pouquíssimas pessoas
Rangum, Mianmar (Minzayar Oo)
Uma pessoa andando na rua
Caracas, Venezuela (Adriana Loureiro Fernandez)
Policiais patrulhando monumento vazio
Washington D.C, EUA (Alyssa Schukar)
Uma das fotos da série mostrando hong kong vazia na quarentena do novo coronavírus.
Hong Kong, China (Lam Yik Fei)
Pessoa andando numa calçada às margens de um rio
Milão, Itália (Alessandro Grassini)
Homem jantando sozinho em restaurante
Pequim, China (Gilles Sabrié)

Origens históricas

Os espaços públicos, como conhecemos hoje, não surgiram do nada. O conceito original vem das ágoras da Grécia Antiga. Esses locais eram praças públicas onde os gregos realizavam, principalmente, reuniões para discutir assuntos ligados à vida na pólis, que era uma espécie de esboço do conceito que daria origem às cidades. O espaço também servia para cerimônias religiosas, negociações e comércio.

Com o passar do tempo, acontecimentos como epidemias, desastres naturais e, enfim, grandes tragédias, obrigaram os governantes a melhorar e repensar as estruturas dos locais públicos. Isso inspirou, por exemplo, construções mais arejadas e iluminadas, além de novos layouts de espaços para aglomerações. Assim, o bem-estar cívico foi sendo aprimorado conforme se via necessário.

Alguns milhares de anos depois das ágoras gregas, hoje em dia as praças e outros espaços públicos ainda possuem uma espécie de gravidade que nos atrai, seja para relaxar, socializar ou até mesmo protestar. Agora, talvez, mais do que nunca.

Avenida vazia com pombas em barcelona
Barcelona, Espanha (Maria Contreras Coll)
Praça de paris vazia
Paris, França
Parque de diversões vazio
Nova Delhi, Índia (Saumya Khandelwal)
Praça vazia em são francisco
São Francisco, EUA (Rozette Rago)
Segurança andando por templos vazios
Yogyakarta, Indonésia (Ulet Ifansasti)
Museu vazio em milão
Milão, Itália
Ponto turístico vazio em sydney
Sydney, Austrália (Matthew Abbott)
Restaurante vazio no camboja
Siem Reap, Camboja (Adam Dean)

Vazio nas fotos é um bom sinal?

Observar as fotos de lugares – que estamos acostumados a ver lotados – tão vazios pode trazer uma certa melancolia e tristeza sobre nosso atual momento, permeado pela quarentena e pelo distanciamento social. Mas isso é, também, uma questão de perspectiva.

Esse vazio capturado nas fotos das metrópoles pode dar uma impressão de distopia (afinal, não é todo dia que se observa a Times Square deserta durante um horário de pico), mas ele também mostra que nós não perdemos a capacidade de nos unirmos por um bem maior. Nesse caso, nos unimos ao ficarmos em casa o máximo que pudermos para achatar a curva de contágio do novo coronavírus.

Transporte público vazio
Rawalpindi, Paquistão (Saiyna Bashir)
Local vazio com apenas um segurança
Bangkok, Tailândia (Amanda Mustard)
Restaurante vazio
Nova Jersey, EUA (Bruan Anselm)
Estação de trem vazia
Munique, Alemanha (Laetitia Vancon)
Banda tocando para um auditório vazio
Moscou, Rússia (Sergey Ponomarev)
Estação vazia com apenas um segurança
Tóquio, Japão (Noriko Hayashi)
Barcos sem passageiros em ponto turístico
Srinagar, Índia (Atul Loke)
Sala de cinema com poquíssimas pessoas
São Paulo, Brasil (Victor Moriyama)

As fotos têm potencial, sim, de trazer terror, mas também esperança. Elas ressaltam que a beleza dos lugares não reside apenas na arquitetura e no design, por mais que muitos dos projetos retratados sejam considerados obras de arte. A beleza está, também, na interação humana que acontece neles.

No final das contas, tudo depende da maneira como você olha para as fotos, como as interpreta e como elas te fazem sentir.

Fontes: The New York Times, Ministério da Saúde

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