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O Essential Phone finalmente foi lançado, mas será que ele é tudo isso?

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Criado pelo pai do Android, o Essential Phone tenta inovar numa série de fatores, mas será que ele não está muito a frente de seu tempo?

O essential phone finalmente foi lançado, mas será que ele é tudo isso?

E o Essential Phone finalmente viu a luz do dia.

Nos últimos três meses, desde que o smartphone foi citado pela primeira vez por Andy Rubin, muito ouvimos falar a respeito do Essential: acabado em titânio e com bordas mais que mínimas, para ninguém botar defeito, o smartphone é a primeira criação de uma empreitada bilionária chefiada por ninguém menos que o ‘pai‘ do Android.

Para quem não sabe, foi Rubin quem deu inicio ao sistema operacional móvel mais utilizado do mundo – muito antes dele ser comprado pelo Google e portado para smartphones; até 2005, a ideia dele era que o Android operasse câmeras digitais em vez de celulares.

O essential phone finalmente foi lançado, mas será que ele é tudo isso?
Andy Rubin deixou o Google em 2014 para traçar seu próprio caminho

O tempo passou e, em 2014, cerca de dez anos depois do início de sua parceria com a Big-G, Rubin deixou a liderança do Android e partiu para um caminho próprio. Até então, ninguém entendia muito bem as razões dadas pelo executivo para deixar a empresa: ele dizia que queria novos desafios e, entre eles, fundar startups de sucesso.

Pois bem, a Essential e o seu PH-01 (o nome técnico do Essential Phone) parecem ser as primeiras dessas apostas.

O Essential Phone

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Até que ele é bonitinho, né? 

Com laterais de titânio, traseira em cerâmica e bordas tão finas quanto as do Xiaomi Mi Mix, não dá negar que o objetivo do Essential Phone é se destacar dos demais. Porém, preço de tanta exclusividade é, como de costume, salgado: são US$ 699 pela versão desbloqueada.

Mas afinal, qual é a desse Essential Phone, na prática?

Apesar do smartphone ter sido lançado hoje, muitos veículos internacionais tiveram a chance de testá-lo um pouco antes e estão com ele há alguns dias – e em casos específicos, há algumas semanas, até. Segundo a avaliação de quem botou as mãos no dispositivo, o aparelho cumpre bastante daquilo que promete, mas não é digno de todo o hype que lhe foi dado nestes últimos 90 dias.

O essential phone finalmente foi lançado, mas será que ele é tudo isso?
Aqui temos a parte traseira com a câmera 360º acoplada

Para o The Verge, por exemplo, o smartphone tem muitos itens que o fazem único. Seja pela tela praticamente sem bordas, mas com um espacinho curioso dedicado a câmera frontal, ou até mesmo o já citado acabamento em titânio e cerâmica – que, por sinal, prometem proteger o aparelho contra quedas.

Mesmo assim, o mesmo Verge diz que o Essential Phone passa a impressão de ser um constante experimento. O aparelho tenta estar a frente de tudo e de todos, e devemos nos lembrar que apostar no futuro nem sempre é sinônimo de estar certo.

Muito pelo contrário.

Especificações

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De uma coisa ninguém pode duvidar: o Essential Phone tem especificações sólidas

Em termos de especificações puras e simples, o aparelho de Andy Rubin não desaponta: embarca o Snapdragon 835, um octa-core de até 2.4GHz, somado a 4GB de memória RAM e 128GB de armazenamento interno. A bateria, de 3040mAh, promete resultados medianos; é importante citar que o Essential conta com uma porta USB Tipo C, de interface reversível e que suporta o carregamento rápido da Qualcomm.

Por outro lado, esta é a única porta presente no smartphone. Não há um conector de 3.5mm para fones de ouvido, o que é curioso para um telefone ‘essencial’.

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No que diz respeito à tela, o aparelho traz uma LTPS LCD, um nome chique para um IPS de mais qualidade. Ao todo, são 1312 x 2560 pixels distribuídos em 5,7 polegadas, o que é somado a uma estranha proporção 19:10. Trocando em miúdos, o Essential é mais estreito que os smartphones comuns, mas é mais largo que o LG G6 ou o Galaxy S8.

O time responsável disse que a escolha por um painel IPS não era a ideal para o projeto. Porém, quando o Essential começou a ser desenvolvido, há cerca de 18 meses, essa era a única opção que a empresa tinha.

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Um display OLED não tão superior assim, também, mas tornaria o gadget mais interessante para o uso com óculos VR e, de quebra, eliminaria a necessidade de uma borda inferior como a que ele tem. Aquele ‘queixo’ é onde fica a luz de fundo responsável por iluminar o LCD.

Tleas OLED não têm disso.

Câmeras

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As câmeras também têm uma história curiosa: além da posição singular do sensor de 8 MP, que literalmente invade uma parte da tela, as câmeras traseiras, duplas, recentemente receberam uma atualização que, embora tenha melhorado consideravelmente o resultado das imagens, confundiu alguns dos jornalistas que testavam o dispositivo.

De repente, as câmeras que eram medianas ficaram muito boas; isso é ótimo do ponto de vista de um futuro comprador, certo? Mas quando você já tem uma análise praticamente pronta, é complicado refazer tudo por causa de uma atualização de última hora.

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É por isso que muitos reviews detonaram a câmera do Essential. Muita gente sequer imaginava que uma atualização de software realmente corrigiria certos problemas.

No mais, vale ressaltar que as câmeras traseiras usam do mesmo artifício que os modelos mais recentes da Huawei: são dois sensores de 13 MP e com abertura f/1.9 que se unem para entregar fotos melhores em ambientes escuros.

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Basicamente, enquanto um deles tem de se preocupar com a luz pura e simplesmente, o outro se preocupa apenas com a cor. Isso significa que mais detalhes de uma mesma cena pode ser capturados, pois cada sensor foca naquilo onde é melhor.

Ecossistema modular

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Como se já não bastasse tanta excentricidade, o Essential Phone promete reviver a onda dos smartphones modulares. Para isso, ele traz um sistema de acessórios acopláveis bem parecido com o visto na linha moto Z, da Lenovo.

A diferença é que, enquanto os acessórios da moto são vendidos em forma de capa, os da Essential conseguem ser menores e, consequentemente, mais portáteis. Isso acontece porque a intenção aqui é que o dispositivo seja responsável inclusive por alimentar os acessórios, já que eles não possuem bateria própria.

Particularmente, isso me soa como um baita inconveniente.

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Até o então momento, o único módulo disponível para o gadget é uma câmera com gravação em 360º. Por não ter sua própria fonte de energia, o acessório consegue ser bem menor que as câmeras similares. Além disso, a câmera se comunica com o aparelho por uma conexão sem fio, pois os pinos na traseira do Essential não transmitem dados, apenas corrente elétrica.

Embora este começo seja bem modesto, a intenção é que o Ambient OS, uma espécie de ‘ecossistema Essential’, permeie vários outros dispositivos e torne o smartphone um verdadeiro controle remoto para todos eles. Durante os teasers que fez sobre o smartphone, a fabricante prometeu também uma espécie de assistente virtual com tela própria.

Segundo a Essential, o acessório será parecido com o Google Home, porém, manterá mais informações salvas localmente – evitando que muita coisa seja mandada para a nuvem.

E aí,
Vai vingar?

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Lembra do Nextbit Robin? Então, ele também tinha gente importante em sua criação

Ninguém tem bola de cristal, portanto, ninguém sabe.

Brincadeiras à parte, o Essential Phone não é muito diferente de outras apostas que vimos no passado: Nextbit Robin, Yota Phone, Turing Phone e vários outros nomes já tentaram ser inovadores e diferentões – a maioria deu com os burros n’água ou simplesmente não atingiu o sucesso que seus criadores almejavam.

Porém, mesmo que o aparelho em si não tenha seu sucesso garantido, é válido notar que a Essential tem tudo o que é preciso para dar certo num mercado tão amplo como este. Além de ser encabeçada por um pessoal muito competente, a empresa tem um caixa consideravelmente maior que o dessas citadas anteriormente.

É claro que torcemos para a ideia do Essential Phone ser feliz em sua proposta. Até então, o aparelho foi retratado pela mídia como um lançamento sólido e que, de fato, entregou tudo aquilo que prometeu nos últimos meses. O real problema do gadget foi toda a expectativa criada em torno do seu responsável, o próprio Rubin.

Isto porque a ideia de um smartphone vindo do criador do Android não ser extraordinário, mas sim ‘essencial‘, pode levar algum tempo até ser devidamente aceita.

Agradecimentos ao leitor @erivaldoff pelas imagens do evento. 

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