Parece que chegou o tempo em que robôs dominam até as artes humanas. Uma inteligência artificial desenvolvida com o propósito exclusivo de criar retratos artísticos teve sua própria exposição em São Francisco, nos EUA. E o mais impressionante: os visitantes não sabiam que o trabalho havia sido criado por um robô, e aparentemente adoraram o que viram.
O evento é fruto do projeto “The end of art as we know it” (O fim da arte como a conhecemos), que busca responder a uma pergunta intrigante. O quão diferente de fato é a arte produzida por máquinas daquela feita por pessoas? Para isso, o artista e idealizador Matty Mo usou um software para criar fotos estilizadas de pessoas. O objetivo é substituir obras de arte feitas por humanos e, no final, conhecer a reação de quem vê.
O resultado foi uma exposição real criada por IA e Big Data cujos visitantes não sabiam a origem dos retratos. “Quando as pessoas sabem [que uma inteligência artificial criou as fotos], a percepção muda”, explica Mo.
Assim ele descreveu a exposição futurista:
Um grupo de hackers anônimos construíram uma inteligência artificial proprietária capaz de emular e criar estilos de arte para produzir renderizações de alta qualidade. Em seguida, utilizamos técnicas inovadoras de transferência de substratos para criar belas obras de arte feitas com Big Data, robôs e AI. Este é o futuro da arte e estamos na vanguarda.
Kardashian, Musk, De Niro
São retratos de pessoas famosas como a socialite Kim Kardashian, o empresário Elon Musk e o ator Robert De Niro. Mas, o que essas pessoas têm em comum? Segundo o idealizador, todas elas estão relacionadas de uma forma ou de outra à inteligência artificial.
Algumas delas ajudam a avançar a inteligência artificial (caso de Musk com a Open AI e Neuralink). Outras têm trabalhos que serão eventualmente substituídos por máquinas, como Kardashian e o personagem de De Niro em Taxi Driver (um motorista de táxi).
A consequência disso é uma exposição de imagens que parecem ter sido feitas pelo aplicativo Prisma. Mas, segundo Mo, foram criadas usando uma inteligência artificial mais avançada. O criador da ideia não é programador, e por isso precisou da ajuda de hackers para desenvolver o sistema inteligente.
Será que esse é o começo do fim de uma atividade puramente criativa? Mo é otimista, embora considere o assunto uma questão de sobrevivência. “É inteligência artificial ajudando os artistas ou serão os artistas a ajudarem a inteligência artificial”.
Os trabalhos apresentados na exposição estão à venda online por cerca de US$ 500 cada.
