Review: street fighter 6 é a melhor forma de buscar o mais forte. Street fighter 6 leva a franquia de jogos de luta para o próximo nível, agradando tanto veteranos quanto novatos

REVIEW: Street Fighter 6 é a melhor forma de buscar o mais forte

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Street Fighter 6 leva a franquia de jogos de luta para o próximo nível, agradando tanto veteranos quanto novatos

Em 1991, o mundo dos games vivenciou o início de uma de suas maiores febres: o nascimento dos jogos de luta modernos, com o lançamento de Street Fighter 2. Nunca antes competição e habilidades dos jogadores andaram tão juntos, e a Capcom, responsável pelo título, viu naquilo uma grande oportunidade de negócios, passando a próxima década lançando diferentes franquias com mudanças variadas na jogabilidade básica.

A quantidade de títulos, porém, acabou fazendo com que o gênero se saturasse, e virasse algo mais nichado com o passar dos anos. Embora a franquia Street Fighter tenha continuado viva durante este tempo, nenhum jogo atingiu o sucesso da jornada de 1991, e muitos fãs também não gostavam muito da direção da série, especialmente em Street Fighter V, considerado uma grande decepção por muitos.

Todo esse contexto nos traz até o ano atual, 2023, com o sexto título da franquia lançado. Street Fighter 6 está entre nós, e para a felicidade de muitos, arrisco dizer que ele é não somente um passo na direção certa, mas como também um magnífico acerto que poderá servir como o novo indicador de uma era de ouro dos jogos de luta.

Confira nosso review a seguir:

Em busca do mais forte

Review: street fighter 6 é a melhor forma de buscar o mais forte. Street fighter 6 leva a franquia de jogos de luta para o próximo nível, agradando tanto veteranos quanto novatos
Imagem: Reprodução/Capcom

Falar sobre Street Fighter 6 é falar sobre duas experiências de jogo separadas. A primeira, e totalmente inédita, é o modo World Tour, uma campanha para um jogador em que, após criar um avatar com diversas opções de customização (o meu, por exemplo, se chama Theo Becker), um mundo aberto apresenta-se em que é possível aprender com os personagens clássicos da franquia movimentos e equipá-los no personagem.

A campanha, com pouco mais de 20 horas, é interessante e inédita, e que adiciona mais valor ao produto final, principalmente para aqueles que gostam de pensar no que o jogo apresenta antes de investir dinheiro nele. A história não é exatamente uma obra de arte, mas serve seu propósito, e não sei se sou eu, mas os tons de filme oitentista de artes marciais acabaram suficientemente engajantes.

De qualquer forma, ainda é um modo interessante até mesmo para fãs da franquia, já que é uma forma de ver os personagens icônicos como Ryu e Ken em situações não-comuns a eles, além de diálogos e interações variadas.

A outra metade do pacote de SF 6 é o que a maioria dos entusiastas de jogos de luta espera: os modos de treinamento, arcade, desafios de combo e a experiência online, e é aqui o lugar em que o jogo se destaca magistralmente.

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Imagem: Reprodução/Capcom

O modo arcade em si não tem muito o que ser comentado, sendo a experiência clássica de uma série de lutas até liberar um encerramento relacionado ao personagem que você está utilizando. Já o modo treino começa a mostrar mudanças em relação à maioria dos demais jogos de luta disponíveis no mercado, com uma gama de opções de customização e demonstração de informações que podem tanto parecer exageradas quanto necessárias, dependendo do nível do jogador.

Os desafios de combo, de certa forma, andam junto do modo de treinamento, sendo demonstrações de combinações de ataques dos personagens que podem ser conectados para maior dano. Nos jogos de luta modernos, esse tipo de desafio está sempre presente, mas acredito que poucos executem tão bem quanto Street Fighter 6, apresentando diferentes dificuldades para não assustar novatos e empolgar veteranos.

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Imagem: Reprodução/Capcom

Por fim, temos a experiência online, a parte que manterá o jogo vivo – e, sinceramente, o grande acerto do jogo. A partir do “Battle Hub”, os jogadores utilizam seus avatares do modo World Tour para se encontrar em uma espécie de fliperama digital. Nele, podem se sentar em máquinas de jogos e desafiar uns aos outros, em uma experiência que lembra demais o tempo em que as locadoras existiam.

Além disso, graças a um netcode extremamente funcional, a conexão dificilmente conta com lag – e mesmo jogando com pessoas no Japão, embora ela não estando em forma tão boa quanto quando está contra um brasileiro, o jogo ainda é extremamente jogável.

A luta entre controles modernos e clássicos

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Imagem: Reprodução/Capcom

Se você já jogou alguma vez Street Fighter, sabe bem que alguns golpes não são exatamente fáceis de serem executados. A discussão ao redor deles ocupou muito da comunidade de jogos de luta há anos, principalmente com o possível fato de a complexidade afastar novos jogadores.

Street Fighter 6 traz uma resposta para essa discussão com a introdução dos controles modernos, uma forma em que os diferentes movimentos foram abandonados em prol de comandos direcionais. Sinceramente, é uma boa resposta, e embora elimine alguns golpes dos personagens, que só ficam disponíveis em suas versões modernas, é um facilitador para aumentar o nível dos jogadores.

Ao mesmo tempo, aos poucos uma nova polêmica vai nascendo na comunidade, com certos setores falando que quem usa essa opção mais moderna não está jogando de verdade o jogo. Bom, a minha interpretação disso é que as pessoas tem medo de perderem para novatos, e ficam fazendo uma pseudo-elitização de um jogo de videogame. Melhorem a autoestima, amigos.

Além disso, a mecânica de Drive também está disponível em ambos os tipos de controle, apresentando aos jogadores formas diversas de escapar de combos, defender-se e também chegar mais perto de seus oponentes, tudo levando em conta o quanto do recurso eles tem disponível para que a barra não fique esgotada e eles entrem em burnout – que, assim como o estado psicológico da vida real, faz tudo dar mais dano.

Gráficos excelentes

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Imagem: Reprodução/Capcom

Todo o pacote de Street Fighter 6 está de fato incrível, e os gráficos só confirmam isso. Desenvolvido na RE Engine, poderoso motor gráfico da Capcom responsável também por títulos como Resident Evil 4 Remake, Ryu e companhia nunca pareceram tão bonitos.

Seus músculos contraem e relaxam com cada golpe, as expressões faciais se contorcem conforme a dor, as roupas reagem perfeitamente à intensidade de cada ataque e a luz dos cenários ilumina pontos diferentes e realistas de cada lutador de forma genial. A estética da mecânica de Drive, com aquarelas diversas aparecendo ao redor do jogador, remete também ao quarto título da franquia de maneira fantástica, tudo entrando em harmonia para apresentar uma incrível experiência visual que, combinada com o deleite de jogabilidade, eleva o jogo.

Conclusão

Eu jogo Street Fighter desde antes de aprender a ler. Lembro bem de experiências no Super Nintendo, no PS1, PS2 e PS3 com Ryu e o Hadouken, e até hoje a franquia faz parte do meu dia a dia de maneira fantástica.

Sempre soube, porém, dos problemas que ela veio apresentando com o passar dos anos, mesmo que algumas vezes eu não concordasse com a opinião geral. Mas na espera de quase um ano desde o anúncio para o lançamento do sexto jogo da franquia, eu estava torcendo muito para que tivéssemos uma joia, e foi isso o que rolou.

Street Fighter 6 é o melhor jogo de luta lançado nos últimos seis anos, e muito provavelmente será o título mais influente para o futuro do gênero daqui em diante. Independente de qual franquia estivermos falando, é provável que veremos em seus próximos lançamentos muito do que foi apresentado pela Capcom aqui, assim como aconteceu nos anos 1990 depois que Street Fighter 2 deu suas graças ao mundo.

Street Fighter 6 é parte integrante da história dos videogames. Estará no panteão do entretenimento eletrônico assim como seu avô, e marca o começo de uma nova era para um gênero tão querido. 

O jogo está disponível para PS4, PS5, Xbox Series S/X e Steam por R$ 299.

Veja mais

Confira o review do remake de Resident Evil 4.

Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim (12/06/23)

9/10
Total Score
  • História
    7/10 Bom
  • Gráficos
    10/10 Excelente
  • Jogabilidade
    10/10 Excelente
  • Trilha Sonora
    10/10 Excelente

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