HP Jet Fusion inicia operações no Brasil e dá um passo a frente na manufatura digital

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Primeira impressora 3D industrial da América Latina, a HP Jet Fusion começa a funcionar na fábrica da Flex em Sorocaba

100 anos depois da invenção da indústria como conhecemos, com uma esteira carregando peças fabricadas em massa, ela começa a ser superada por uma nova maneira de fabricar carros, celulares e aviões: a manufatura digital. A HP Jet Fusion é a primeira representante dessa nova era a chegar no Brasil. Uma impressora 3D com preços a partir de US$ 150 mil voltada a produção de peças e produtos finais.

Estivemos, no último dia 2 de julho, no PIC (Product Innovation Center) da Flex, empresa que fabrica produtos eletrônicos para empresas como HP, Motorola, IBM, Dell, Siemens e equipamentos médicos para a Johnson&Johnson, para conhecermos a primeira impressora 3D industrial em funcionamento na América Latina.

Impressora 3D à nível industrial

A HP Jet Fusion 540 é uma impressora 3D indicada para produção industrial que supera as tradicionais limitações da impressão 3D. Até seu lançamento, em 2017, a impressão 3D só podia ser utilizada no desenvolvimento de protótipos, devido à lentidão do processo de manufatura aditiva, como também é conhecida. Em uma impressora 3D, um filamento de plástico é derretido e aplicado por um bico em uma bandeja, formando camadas sucessivas que formam o objeto que está sendo impresso. Isso demora horas ou até dias, dependendo do tamanho do objeto.

Estivemos na fábrica da flex, onde a hp jet fusion 540, primeira impressora 3d industrial da américa latina, está em funcionamento
Estivemos na fábrica da Flex, onde a HP Jet Fusion 540, primeira impressora 3D industrial da América Latina, está em funcionamento

A grande sacada da HP foi trocar a cabeça de impressão por um carro que espalha o material plástico por toda a base. Em seguida, uma barra móvel transversal espirra agentes de detalhamento e fusão que, com o calor, vão formando o objeto. É isso que faz com que a Jet Fusion conseguir imprimir a uma velocidade até 50 vezes maior que as impressoras 3D convencionais. Fizemos um video mostrando como isso funciona na vida real; veja abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=TufESMjbF7A
Impressora Jet Fusion 500 em ação

Além de mais rápidas, as HP Jet Fusion também entregam um material já acabado, sem aquelas ranhuras tradicionais da impressão 3D e muito mais resistente, próprio para ser utilizado em produtos finais. Como prova de que a coisa funciona, mais de 130 peças da Jet Fusion podem ser impressas na própria impressora.

Impressões 3d feitas na hp jet fusion
Impressão na Jet Fusion (esquerda) x impressão 3D convencional (direita)

 A Jet Fusion 500 tem resolução de 0,2 mícron e aceita vários tipos de filamentos. Segundo a HP, várias empresas ao redor do mundo já estão desenvolvendo novos materiais para serem utilizados com ela.

Obviamente, a HP não está sozinha nesta corrida. Ela compete com empresas como a Stratasys, tradicional fabricante de equipamentos de impressão 3D, General Electric e Carbon, startup que vem alavancando investimentos e já tem um valor de mercado de US$ 2,4 bilhões. Mas a HP conseguiu passar as concorrentes lançando a primeira impressora a ter um custo por peça melhor que a fabricação tradicional com moldes e injeção em volumes acima de 100 mil unidades.

Leandro santos, presidente da flex
Leandro Santos, presidente da Flex, a primeira a adquirir uma impressora 3D da HP na América Latina

HP Jet Fusion é oportunidade para inovadores

“Isso vai viabilizar muitas ideias que startups e inovadores tinham, mas não conseguiam sair da fase de protótipo”, diz Leandro Santos, presidente da Flex. Ele mostrou alguns exemplos que estão sendo produzidos no PIC, entre eles, um óculos capaz de transformar luz em som para deficientes visuais, uma caixa para alimentar controladores Arduíno ou Raspberry Pi com baterias de celular.

Protótipos impressos na hp jet fusion pela flex
Protótipos impressos na HP Jet Fusion pela Flex

“Antes da Jet Fusion, essas ideias morreriam no laboratório. Para transformá-las em um produto comercial seria preciso investir em moldes e ferramental e produzir dezenas ou até centenas de milhares de unidades, coisas que um inovador ou uma startup não consegue”.

Leonardo Santos, presidente da Flex

Para Claudio Raupp, presidente da HP Brasil, a grande vantagem da manufatura aditiva não está na produção de peças que já são fabricadas pelos métodos convencionais, mas na possibilidade de aperfeiçoamento dos modelos existentes e na aceleração do desenvolvimento de novos produtos.

“Um automóvel hoje demora de 4 a 5 anos para ser desenvolvido. Com a impressão 3D, este período pode ser reduzido a dois anos.”

Claudio Raupp, presidente da HP Brasil

Tabela de ganhos de produtividade com a impressão 3d
Com a impressão 3D, peças podem ser otimizadas para ficarem mais leves e baratas

A Flex está inicialmente utilizando a Jet Fusion em projetos internos e parcerias com universidades. “Nossa filosofia é “Sketch to Scale”, queremos criar produtos do desenho a produção industrial”, diz Santos. () A empresa está firmando acordos com universidades para que estudantes e pesquisadores possam utilizar o equipamento para levar suas ideias ao mercado. A ideia da empresa, segundo Leonardo, é “sair vendendo a Jet Fusion por aí”, em um futuro próximo.

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