Like a dragon infinite wealth

REVIEW: Ichiban está de volta e ainda mais maluco em Like a Dragon Infinite Wealth

Avatar de eduardo rebouças
Like a Dragon Infinite Wealth leva a série para as areias do Havaí em uma emocionante aventura repleta de humor e muita diversão!

Yakuza, agora sob o nome Like a Dragon, mais fiel ao título original em japonês, é uma série que apesar de trazer tramas adultas, nunca deixou o bom humor de lado. E isso nunca foi tão óbvio quanto em Like a Dragon Infinite Wealth, o novo capítulo da franquia.

Havaí, aqui vamos nós!

Like a dragon infinite wealth
Trampar nunca foi tão divertido! (Imagem: SEGA)

Ichiban Kasuga está de volta! O novo e atrapalhado protagonista apresentado em Yakuza: Like a Dragon está com passagem paga para o paradisíaco Havaí, e na bagagem ele vai levando toda a maluquice que fez com que seu jogo de estreia fosse um dos melhores até hoje.

A história se passa três anos após os acontecimentos do primeiro Like a Dragon. Ichiban e seus amigos são considerados verdadeiros heróis em Yokohama, que eles livraram dos perigos de um programa de limpeza à força promovido pelo governo. Todos tentam seguir com suas vidas, inclusive Ichi, que agora trabalha em uma agência de empregos, onde ele ajuda ex-membros da Yakuza a conseguir trabalho, depois da dissolução dos dois principais sindicatos do crime da cidade.

Não demora muito para os esforços dele virarem desculpa para uma campanha de cancelamento na internet e, no olho da rua, Kasuga não tem a quem recorrer. Mas ao invés de desistir, ele decide investigar um de seus clientes, o que o leva a descobrir a formação de uma nova organização chefiada por um antigo superior da família Arakawa, da qual Ichiban fazia parte.

Depois de muitos chutes e socos, nosso protagonista descabelado se vê frente a frente com a liderança do grupo, que o coloca em uma missão de suma importância: reencontrar sua mãe, a quem todos acreditavam estar morta, inclusive o patriarca Arakawa, falecido no final do último jogo e que se revelou pai de Ichi. 

Aparentemente, a senhorinha vive no Havaí, então com mala feita e bilhete de embarque na mão, Kasuga parte em busca dela, sem saber uma sílaba em inglês e somente com um envelope vazio onde o endereço de sua mãe está escrito. Chegando lá, ele logo entra em uma enrascada e em meio a isso, conhece um novo amigo que o ajuda a achar a casa da mãe do herói.

Lá, ao invés do tão aguardado reencontro, Ichi é enganado novamente e é deixado desacordado e sem um fio de roupa nas praias, na situação em que o vimos no trailer de revelação do jogo no ano passado. Preso pela polícia, ele consegue fugir, e durante a sua fuga ele dá de cara com ninguém menos que Kazuma Kiryu, o personagem principal de grande parte dos jogos da série.

Kiryu continua trabalhando com a misteriosa organização pela qual ele foi recrutado em Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name, jogo com história paralela a Yakuza: Like a Dragon, lançado no final do ano passado, e por pura coincidência, ele também está à procura da mãe de Ichiban. Juntando as forças, Ichi e Kiryu partem em busca da verdade e é claro, de muita confusão e situações engraçadas, como não podia de ser com um jogo da série.

Jogabilidade refinada e ainda mais divertida

Like a dragon infinite wealth
Vamos precisar de um barco maior! (Imagem: SEGA)

Like a Dragon Infinite Wealth segue a mesma linha do jogo anterior estrelado por Ichiban, com os combates de rua dando lugar a lutas em ternos, afinal, o herói é um fanático por RPGs e ainda conta com uma imaginação e tanto. Mesmo assim, o sistema de combate passou por melhorias que a gente percebe logo de cara, fazendo delas muito mais rápidas de lidar, sem diminuir a diversão.

E sendo um Yakuza, há também uma infinidade de atividades além da trama principal. O Havaí oferece uma gama enorme de bicos e missões secundárias a se fazer, e arrisco a dizer que elas são a principal atração do jogo, claro, depois da trama central. Elas variam de simples lutas contra chefes fortíssimos até entrega de comida a la o clássico Crazy Taxi da Sega, como também um minigame que lembra muito uma série da Nintendo com animais bonitinhos em um vilarejo…

Pois é, demorou um tanto, mas Like a Dragon agora conta com um simulador de fazenda. Em uma ilha só sua, você poderá construir todo tipo de locais para o lazer de seus convidados, para onde Ichiban deve atrair seus amigos e conhecidos para curtir junto dele o Havaí.

Por sorte, para quem não é tão ligado a jogos desse tipo, Like a Dragon Infinite Wealth não te obriga a participar desse modo, deixando-o separado, a ser jogado se o fã quiser, uma sábia decisão, já que em jogos passados o Ryu Ga Gotoku Studio pesou um pouco a mão nesse quesito, com certos minigames metidos a força na trama principal.

Uma trama digna da franquia

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Kiryu agora faz parte da equipe do Ichi. (Imagem: SEGA)

Falando em história, este é um dos capítulos com a melhor dentre todos os jogos já lançados até hoje. Personagens de peso fazem parte do grupo de amigos de Ichiban, e diga-se de passagem, é um perfeito desfecho do arco da vida de Kiryu, principalmente, que pode ser visto como um personagem completo, com uma trajetória que poucos meios de entretenimento conseguem desenvolver.

Há também outros novos que contam com seus próprios dramas pessoais, como é o caso de Tomizawa, um taxista azarado cai de paraquedas em meio da azucrinação de Ichi, decidido a ajudá-lo e, com isso, saciar sua sede de vingança contra o crime organizado local.

Por sua vez, Kasuga continua sendo um personagem incrivelmente carismático e difícil de desgostar. Seu otimismo contagiante e vontade de ajudar a tudo e todos que cruzam seu caminho faz um contraste bastante interessante com a personalidade do próprio Kiryu, que mesmo caladão, também segue essa cartilha de bom partido, só que de sua própria maneira. Ver os dois finalmente juntos é algo muito legal de se ver, especialmente para alguém como eu, que vem acompanhando a série desde sempre.

Coisa linda, coisa bela

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Os novos empregos de combate são excelentes e super engraçados. (Imagem: SEGA)

Tecnicamente, Like a Dragon Infinite Wealth é um jogo bem bonito. Seguindo a cartilha usual da série, traz personagens muito bem modelados e animados, além de localizações bastante chamativas e repletas de detalhes. No entanto, há certas pistas de que o orçamento do jogo talvez não tenha sido dos maiores, porque, misteriosamente, algumas das muitas (e põe MUITAS) cenas de diálogo e ação se passam sob a forma de slides, com a voz gravada tocando por cima.

No PC, o jogo roda muito bem em máquinas mais velhas, inclusive na minha, que conta com uma placa de vídeo do meio da geração anterior, uma 3060ti e com um upgrade de memória RAM DDR3, para 24Gb. A performance é praticamente idêntica à de Yakuza: Like a Dragon, o que rende ao game uma taxa de quadros bastante estável e opções de gráficos dos menores aos maiores detalhes, para atender ao máximo de configurações possíveis.

O novo cenário do Havaí é absolutamente lindo, trazendo também uma dose de realidade ao local, já que nem tudo é praia, bem como os desenvolvedores fizeram com Yokohama no jogo anterior. É bacana ver que mesmo nos rápidos momentos iniciais em que Infinite Wealth se passa na cidade portuária japonesa, eles levaram em conta acontecimentos do mundo real, como a pandemia, mostrando que certos elementos de lá mudaram como consequência disso.

Za booku is on za teiburu

Like a dragon infinite wealth
Não se preocupe, Nanba e Akechi não vão a lugar algum… (Imagem: SEGA)

O conflito de idiomas enfrentado por Ichi gera altas trapalhadas, mas a equipe de desenvolvimento foi capaz de colocar, aqui e acolá, pessoas que por alguma razão são capazes de se comunicar em Japonês, para facilitar um pouco a vida de nosso amigo quarentão, mesmo que algumas vezes isso possa parecer um tanto forçado. Enfim, depois de algumas dessas brincadeiras, você não vai ligar mais para isso em meio à diversão.

Vale citar uma limitação um tanto quanto artificial do jogo. Trata-se do modo de pós-game, o chamado new game plus, que em Like a Dragon Infinite Wealth é vendido como conteúdo pago, além do custo do jogo em si. Esse é um dos poucos aspectos desse novo capítulo da série que incomodam, mesmo porque em Yakuza: Like a Dragon, essa funcionalidade era inclusa. Com certeza é uma atitude bastante questionável por parte da Sega, afinal é comum ver muitas coisas supérfluas como roupas de personagens serem conteúdo pago, mas não um modo de jogo como esse.

Em compensação, esse é mais um dos lançamentos da gigante dos games que conta com localização em português brasileiro, e o texto está muito bem traduzido e adaptado. A equipe de localização tomou cuidado de conferir aos personagens uma voz própria, levando em conta as regionalidades do japonês de diversas regiões na hora de adaptar as falas, com diálogos que soam bastante natural, repletos de gírias nos momentos certos. 

Conclusão 

Like a Dragon Infinite Wealth é mais um jogo de qualidade da franquia, que continua entregando aventuras incríveis a cada novo lançamento. Levando em conta que este é o primeiro a ser trazido pelo Ryu Ga Gotoku Studio após a saída do time do idealizador da série, Toshihiro Nagoshi, é ainda mais impressionante que não só Infinite Wealth foi capaz de manter o mesmo nível, mas elevá-lo ainda mais.

O futuro é promissor para a série, mas esperamos que o escorregão que a Sega deu com essa história de conteúdo pago não venha a ser algo recorrente nos próximos capítulos de Like a Dragon. Por todo o resto do jogo, ele é uma excelente pedida não só para os adoradores de carteirinha de Yakuza como eu, mas também aqueles que possam vir a se interessar na franquia com este jogo. Mesmo repleto de referências ao volume anterior, quem chegar de primeira nele vai poder se inteirar da trama sem problemas!

VEJA MAIS:

Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim

Like a Dragon Infinite Wealth

Like a Dragon Infinite Wealth
96 100 0 1
96/100
Total Score
  • Gráfico
    90/100 Incrível
    O jogo conta com personagens detalhados e cenários vibrantes, mas peca um pouco em certos momentos.
  • Som
    100/100 Excelente
    Como de costume, as interpretações de vozes em japonês são impecáveis, e o elenco em inglês inclui alguns nomes famosos como o de Danny Trejo!
  • Jogabilidade
    90/100 Incrível
    O combate em turnos está de volta, agora mais refinado e mais flexível, possibilitando golpes combinados entre personagens e ataques diferentes dependendo do posicionamento de seu grupo.
  • História
    100/100 Excelente
    Seguindo a tradição da série, a trama de Infinite Wealth é excelente, com boas doses de bom humor e maluquices características.
  • Diversão
    100/100 Excelente
    Além da história principal, há diversas outras distrações espalhadas pelo jogo que garantem horas de divertimento.

Prós

  • Mais Ichiban é sempre uma boa coisa;
  • Excelente desenvolvimento de personagens;
  • Havaí é um cenário incrível para o jogo;
  • Sistema de combate renovado e muito melhor;

Contras

  • Um modo vital de jogo tem que ser comprado separadamente;

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