Review: alone in the dark não é um reboot digno da franquia. O segundo reboot da franquia de terror falha em capturar o encanto único e a atmosfera envolvente que existia na série. Descubra mais detalhes!

REVIEW: Alone in the Dark NÃO é um reboot digno da franquia

Avatar de eduardo ariedo
O segundo reboot da franquia de terror falha em capturar o encanto único e a atmosfera envolvente que existia na série. Descubra mais detalhes!


O retorno de Alone in the Dark ao mundo dos jogos era algo esperado pelos fãs e com seu lançamento recente, esperava-se que a franquia voltasse a ficar em alta. Embora tenha recebido uma modernização louvável, infelizmente, não conseguiu atingir os padrões estabelecidos pelos títulos modernos dos Survival Horror, o que pode deixar alguns jogadores querendo mais.

O Showmetech dedicou-se a explorar todos os cantos escuros deste lançamento, trazendo um review detalhado de Alone in the Dark. Aqui, ponderamos se, apesar dos esforços para atualizar o jogo, ele consegue valer a pena no contexto atual, onde franquias como Resident Evil, Silent Hill e Dead Space definem a vanguarda do terror.

Vale lembrar que o texto abaixo pode conter spoilers, mas evitaremos ao máximo eles!

História

Decerto manor em alone in the dark
O retorno a Mansão Decerto pode não ser o que os fãs esperam.

A tentativa de reimaginar o clássico de 1992, mantendo sua história sombria e, em alguns momentos, até a câmera fixa, foi um gesto ambicioso. No entanto, essa nova versão acabou preservando, talvez não intencionalmente, a sensação de incompletude e as falhas técnicas que marcaram a original. Esse aspecto, que para alguns pode ser visto como um charme nostálgico, para outros serve como um ponto de frustração, situando o jogo em uma terra de ninguém, entre a mediocridade e o esquecimento, salvo parcialmente por sua narrativa reimaginada.

A história de Alone in the Dark apresenta desvios interessantes em relação ao original, permitindo aos jogadores escolher entre os detetives Edward Carnby e Emily Hartwood, trazidos à vida com performances de David Harbour e Jodie Comer. Infelizmente, a qualidade do roteiro não faz jus ao talento dos atores, deixando suas atuações restritas e esquecíveis. A trama, embora busque criar caminhos distintos para cada personagem, acaba por não oferecer uma diferenciação significativa entre as experiências de Carnby e Hartwood, diluindo o potencial de uma narrativa mais rica e diversificada.

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Podemos jogar com os dois personagens, mas não há grande mudança em suas histórias

Alone in the Dark prometeu uma viagem emocionante através do Decerto Manor, transformado aqui em uma espécie de sanatório, cheio de personagens excêntricos e mistérios paranormais. A oportunidade de explorar a mansão, com seus cenários e esquemas de cores reminiscentes do original, juntamente com a inclusão de elementos narrativos como memórias de outros mundos, deveria adicionar camadas de horror psicológico sofisticado à experiência. A escrita de Mikael Hedberg, conhecido por SOMA, tece uma história previsível, mas com potencial para encantar fãs de um terror mais contido.

No entanto, a execução dessa promissora premissa falha em alcançar seu potencial pleno. A história se desenrola em meio a um emaranhado de ideias não totalmente realizadas, deixando um rastro de potencial desperdiçado. Os esforços para trazer de volta à vida personagens que permaneceram em silêncio por gerações foram ofuscados por uma apresentação que carece da profundidade e do impacto necessários para torná-los memoráveis. Mesmo com a inclusão de cenários e elementos familiares aos fãs, a sensação predominante é a de que Alone in the Dark poderia ter sido muito mais do que um mero aceno para a nostalgia.

Em última análise, a tentativa de reimaginar o game também evidencia um conflito entre a homenagem ao legado da franquia e a aspiração por inovação. A narrativa, apesar de seus momentos de genuína intriga e algumas surpresas bem-vindas, frequentemente se perde em meio a uma execução que não consegue capturar a essência do terror que tornou o original um marco. Ao final, o jogo se revela como uma jornada através de um potencial magnífico, mas inexplorado, deixando uma sensação de decepção pela oportunidade perdida de redefinir o terror nos videogames.

Jogabilidade

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O que podemos esperar da jogabilidade de Alone in the Dark?

Ao adentrar o universo de Alone in the Dark, o jogador é imediatamente confrontado com uma realidade que oscila entre a admiração e a frustração, centrada quase exclusivamente na sua gameplay. A proposta do jogo, ao tentar reimaginar o clássico de terror através de uma nova lente, carrega consigo a promessa de revitalizar a experiência com puzzles desafiadores, inimigos ameaçadores e uma atmosfera envolvente. No entanto, ao mergulhar mais fundo, descobre-se que esta promessa é, em muitos aspectos, apenas parcialmente cumprida.

A implementação dos puzzles no game é a emblemática dessa dualidade. Por um lado, a variedade e a inventividade de alguns desses desafios são capazes de invocar um genuíno senso de realização ao serem solucionados. Eles pedem ao jogador não apenas paciência, mas também um olhar atento aos detalhes do ambiente, criando momentos de pausa reflexiva em meio ao caos. No entanto, essa mesma variabilidade se torna uma espada de dois gumes quando a dificuldade dos puzzles se mostra inconsistente, oscilando entre o trivial e o enigmaticamente complexo sem muita lógica aparente, podendo levar à frustração e ao desengajamento.

Essa sensação de desequilíbrio se estende ao combate e aos encontros com inimigos. A intenção de instigar tensão e medo através dessas interações é evidente, mas a execução muitas vezes deixa a desejar. Problemas com a resposta dos controles e uma mecânica de combate que parece desconexa da fluidez geral do jogo minam o potencial de imersão. Enfrentar os antagonistas de Alone in the Dark poderia ser um exercício de estratégia e timing, mas frequentemente se resume a uma sequência de ações repetitivas e pouco gratificantes, exacerbadas por um sistema de mira que não raro se mostra impreciso.

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Alone in the Dark é um reboot com um combate decepcionante

A exploração dos cenários, embora inicialmente promissora, é igualmente afetada por questões técnicas que distraem. Bugs e glitches intermitentes podem interromper a imersão, fazendo com que o jogador se depare não apenas com os horrores intencionais do jogo, mas também com os horrores não intencionais de falhas técnicas. Estes problemas variam desde pequenos inconvenientes, como a iluminação errática ou objetos que não reagem como deveriam, até falhas mais graves que podem exigir um reinício do jogo.

No entanto, nem tudo é sombrio. A coleta de itens não essenciais oferece uma agradável distração, incentivando a exploração e recompensando a curiosidade com conhecimentos e itens que enriquecem a experiência do jogo. Esse aspecto, juntamente com a atmosfera densa e envolvente que Alone in the Dark consegue criar em seus melhores momentos, serve como um lembrete do potencial não totalmente realizado que permeia o jogo.

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Para quem gosta de acessibilidade, o game vai na direção contraria e não coloca opções para os jogadores

A questão da acessibilidade e das opções de configuração é outro ponto que merece atenção. A falta de um menu dedicado e a limitação nas opções de customização da jogabilidade podem representar barreiras adicionais para alguns jogadores, limitando o alcance do jogo e potencialmente excluindo aqueles que poderiam se beneficiar de ajustes mais granulares na jogabilidade ou na interface.

A despeito desses desafios, o sistema de salvamento do jogo surge como um ponto positivo, oferecendo uma certa leniência diante das adversidades técnicas e de design. A capacidade de salvar frequentemente permite que o jogador minimize o impacto de encontros frustrantes ou bugs, embora essa solução muitas vezes se sinta mais como um paliativo do que uma solução para os problemas subjacentes.

No final, a gameplay de Alone in the Dark é uma montanha-russa de altos e baixos, marcada por momentos de genuíno prazer e imersão que são, infelizmente, frequentemente ofuscados por falhas técnicas e de design. A tentativa de equilibrar a homenagem ao legado do jogo original com inovações para atrair um novo público é louvável, mas a execução dessa visão se mostra irregular. Os jogadores que entrarem em Derceto Manor em busca de sustos e desafios encontrarão ambos, mas também devem estar preparados para enfrentar as sombras não apenas da mansão, mas também aquelas que se escondem nas próprias fundações do jogo.

Trilha sonora e dublagem

A trilha sonora: um dos pontos altos de Alone in the Dark!

A trilha sonora de Alone in the Dark é uma obra-prima em meio ao caos, uma luz brilhante que consegue destacar-se apesar das sombras que permeiam outros aspectos do jogo. Composta por Jason Köhnen, um entusiasta do Dark Jazz, a música é uma viagem auditiva que eleva cada momento do jogo. Essa fusão de jazz lento e atmosférico com elementos noir cria uma experiência única, mergulhando o jogador em uma investigação imersiva e cheia de tensão. Os arranjos de contrabaixo e trompete envolvem cada conversa e cada passo com uma camada adicional de emoção, capturando a essência do suspense e do mistério de forma exemplar.

A habilidade de Köhnen em equilibrar o jazz com o horror é notável, oferecendo momentos de tensão mesmo em cenas que poderiam, de outra forma, carecer de impacto. A trilha não apenas complementa a atmosfera do jogo, mas em muitos casos, a define, enriquecendo a experiência de exploração e confronto. É um lembrete de que, mesmo nos momentos mais sombrios de Alone in the Dark, há beleza e arte a ser apreciada.

Além da música, o design de som de Alone in the Dark merece aplausos. Os efeitos ambientais, dos sussurros fantasmagóricos aos rangidos sinistros da mansão Derceto, são capazes de provocar arrepios na espinha. Esses sons, tão variados e imprevisíveis, contribuem para uma sensação constante de antecipação e nervosismo, mantendo o jogador sempre alerta. A maneira como a música e os efeitos sonoros se entrelaçam cria uma tapeçaria auditiva que é tanto envolvente quanto perturbadora.

Quanto à dublagem, temos um campo dividido. Jodie Comer, como Emily, brilha com uma atuação que traz profundidade e nuance à personagem. Sua performance é rica em emoção, fazendo com que a jornada de Emily ganhe camadas adicionais de imersão e empatia. Infelizmente, o mesmo não pode ser dito sobre a atuação de David Harbour como Carnby. Suas falas, muitas vezes entregues de maneira plana e desprovida de emoção, falham em capturar a essência de um protagonista em um mundo repleto de horrores indescritíveis. Isso cria um descompasso entre os personagens principais que é difícil de ignorar.

Embora a dublagem do elenco de apoio ajude a compensar, trazendo vida e peculiaridade ao bizarro universo de Alone in the Dark, não é o suficiente para harmonizar completamente a experiência auditiva.

Assim, a trilha sonora e o design de som de Alone in the Dark são incontestavelmente os pontos altos do jogo, uma mistura magistral de música e efeitos sonoros que transporta o jogador para um mundo de horror elegante e desespero contido. No entanto, mesmo essa excelência auditiva não consegue, sozinha, compensar as falhas em outras áreas do jogo. É uma pena que uma trilha sonora tão envolvente e performances vocais memoráveis sejam ofuscadas por aspectos menos polidos, provando que, enquanto a música pode enriquecer profundamente a experiência de jogo, não tem o poder de salvar o conjunto da obra de suas deficiências.

Desempenho e Gráficos

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Alone in the Dark não é um dos jogos mais bonitos do ano

Quando a gente fala sobre os gráficos do jogo Alone in the Dark, é importante lembrar que a Pieces Interactive, que desenvolveu o jogo, e a THQ Nordic, que lançou, geralmente fazem trabalhos legais em seus produtos. Contudo, parece que dessa vez, eles não acertaram muito na parte visual.

Vamos começar pelas expressões dos personagens e dos NPCs. É meio difícil se envolver totalmente na história quando você está conversando com um personagem importante e a expressão dele parece que travou numa única expressão e, para um jogo de terror, isso é um aspecto complicado, porque você, como jogador, precisa ficar imerso na história e ver que os personagens também possuem medo.

Sabemos que contratar atores famosos como Jodie Comer e David Harbour para os papéis principais não deve ter sido barato. Entretanto, parece que faltou investimento para fazer todo mundo no jogo parecer mais realista, não apenas os protagonistas.

A iluminação do jogo até que cria um clima bem legal em alguns momentos, trazendo um ar misterioso e noir que combina com a história. Só que, assim como as expressões, quando você começa a reparar em coisas como a textura da pele dos personagens, que parece artificial, ou nos cabelos que não batem com a época em que o jogo é ambientado, os anos 20, e a imersão diminui. Era algo que eles poderiam tentar melhorar, principalmente após o adiamento que aconteceu no final do ano passado. Fica a impressão que, mesmo com esses cinco meses a mais de desenvolvimento, faltou um pouco de polimento.

Não costumo me importar tanto com os gráficos, principalmente porque a história de um jogo que mais me chama a atenção, mas quando um título falha em entregar esses pontos, se torna impossível não reclamar sobre esse fato.

Por outro lado, falando de performance, o jogo não apresentou grandes problemas de desempenho e quedas de quadros por segundo. Algo dificil de se ver nos grandes lançamentos de 2024, que estão tendo um grande problema com esse detalhe. Alone in the Dark rodou bem em um PC bom, equipado com uma RTX 4070 TI e um Ryzen 5 5600x sem travar muito, o que é esperado já que usa a Unreal Engine 4, uma tecnologia de ponta para jogos em 2024.

Além disso, conseguimos manter uma taxa de 90 quadros por segundo (FPS), o que é ótimo. Entretanto, ainda tem uns probleminhas irritantes, como texturas que aparecem do nada e uns efeitos estranhos nas bordas dos personagens por causa do sistema de suavização de imagens que o jogo usa e que a gente não pode ajustar.

Requisitos de Hardware

Caso queira jogar Alone in the Dark no PC, esses são os requisitos mínimos e recomendados:

RequisitosMínimosRecomendados
SOWindows 10, 64 BitWindows 10, 64 Bit
ProcessadorRyzen 3 3100 / Core i3-8300Ryzen 7 3700X / Core i5-12400
Memória8 GB de RAM16 GB de RAM
Placa de vídeoGeForce GTX 1050 Ti / Radeon RX 570GeForce RTX 2060 / Radeon RX 5700 XT
DirectXVersão 12Versão 12
Armazenamento50 GB de espaço disponível50 GB de espaço disponível
Outras observaçõesSSD recomendadoSSD recomendado

Preço e disponibilidade

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Confira os preços do game em diferentes plataformas


Se você está pensando em mergulhar no universo sombrio de Alone in the Dark, é bom ficar por dentro dos preços nas diferentes plataformas para escolher a melhor opção para você. Na Steam, para PC, o jogo está disponível por R$ 162,00, uma opção atrativa para quem prefere jogar no computador. Já para os fãs de consoles, no PlayStation 5, o jogo pode ser adquirido por R$ 299,90, enquanto os jogadores de Xbox Series S|X encontram o título por R$ 389,95.

Além da edição padrão, Alone in the Dark também oferece uma versão Digital Deluxe, que vem com conteúdos adicionais bastante interessantes, como roupas especiais para os personagens. Essa versão é ideal para quem quer aproveitar uma experiência mais completa do jogo, mergulhando ainda mais fundo em sua atmosfera única com esses extras.

Conclusão

Review: alone in the dark não é um reboot digno da franquia. O segundo reboot da franquia de terror falha em capturar o encanto único e a atmosfera envolvente que existia na série. Descubra mais detalhes!
Para quem é o game, afinal?

Ao refletir sobre Alone in the Dark, sinto um misto de tristeza e admiração. É impossível ignorar o potencial desperdiçado, uma obra que poderia ter sido um marco, mas que, por deslizes na execução e na visão, ficou aquém das expectativas. Este jogo, que prometia tanto, trouxe consigo a esperança de reviver a essência do terror de sobrevivência, mas em alguns aspectos, tropeçou no caminho.

No entanto, apesar das falhas e dos momentos em que o jogo parece não atender ao seu legado, há um charme indiscutível em Alone in the Dark. A maneira como presta homenagem ao seu predecessor, com easter eggs carinhosos e a possibilidade de explorar novamente esse universo com as skins originais, cria um vínculo especial com os fãs de longa data e com a história dos videojogos. A trama, embora tenha seus altos e baixos, envolve e instiga, guiada por uma trilha sonora que, em seus melhores momentos, eleva toda a experiência.

Então, vale a pena jogar Alone in the Dark? Sim, especialmente para aqueles que conseguem ver além das imperfeições, para os que valorizam os momentos em que o jogo acerta em cheio, capturando a essência do terror e da exploração que definiram o gênero. Para os entusiastas da história dos videojogos e para os fãs que desejam prestar homenagem a um clássico, há algo de valioso aqui. É um lembrete de que, mesmo nas obras não tão perfeitas, podemos encontrar momentos de verdadeira inspiração e um vislumbre do que poderia ter sido.

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Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim

Vale a pena jogar?

Vale a pena jogar?
6 10 0 1
6/10
Total Score
  • História
    6/10 Normal
  • Jogabilidade
    5/10 Indiferente
  • Trilha Sonora
    8/10 Ótimo
  • Gráficos
    6/10 Normal

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