Policiais usaram dna para fazer o reconhecimento facial de um suspeito. A empresa parabon nanolabs ajudou a reproduzir um modo 3d do rosto de um possível suspeito por meio do dna. A criação de rostos com dna levanta discursões sobre a busca por desaparecidos.

Policiais usaram DNA para fazer o reconhecimento facial de um suspeito

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A empresa Parabon NanoLabs ajudou a reproduzir um modo 3D do rosto de um possível suspeito por meio do DNA. A criação de rostos com DNA levanta discursões sobre a busca por desaparecidos.

Não é de hoje que a tecnologia otimiza processos e facilita a busca por resultados em questão de minutos. Atualmente, o reconhecimento facial é um recurso usado para identificar usuários, trazer mais segurança, bem como promover a melhoria do controle de fluxos de pessoas em uma empresa.

Policiais usaram dna para fazer o reconhecimento facial de um suspeito. A empresa parabon nanolabs ajudou a reproduzir um modo 3d do rosto de um possível suspeito por meio do dna. A criação de rostos com dna levanta discursões sobre a busca por desaparecidos.
O uso requente do reconhecimento facial reflete a importância da boa integração entre seres humanos e tecnologia. (Imagem: Shutterstock)

Entretanto, como bem sabemos, os avanços tecnológicos são constantes e hoje em dia é possível até mesmo reconstruir um rosto digitalmente com ajuda do DNA. Sem dúvidas, um grande êxito tecnológico, mas que não pode ser visto como principal ferramenta para tomadas de decisões sérias. Entenda mais sobre o caso nos tópicos abaixo. 

O caso Maria Jane Weidhofer

Maria Jane Weidhofer era uma jovem americana que costumava se expressar artisticamente e fazer experiências de design têxtil. Ela mantinha uma vida saudável e gostava de fazer corridas e trilhas nas colinas de East Bay. A trilha Nimitz Way era muito popular e ganhou sua predileção. Entretanto, infelizmente, foi nessa localidade em que seu corpo foi encontrado. 

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Maria Jane Weidhofer (Imagem: Claremont High School Alumni Society)

Weidhofer foi abusada sexualmente e morta em 1990 no Parque Regional Tilden, Califórnia. As autoridades que atuavam na investigação do caso conseguiram retirar o DNA do agressor para colocar nas evidências do caso. Apesar de entrevistarem vários suspeitos, nenhum deles foi identificado e não houve prisões, e o caso foi arquivado se solução.

Entretanto, uma reviravolta nessa história ocorreu em 2017 quando detetives do Parque Regional East Bay decidiram contar com o auxílio da empresa Parabon NanoLabs, conhecida pelos seus serviços focados em fenotipagem de DNA, para tentar achar o suspeito. Assim, eles poderiam recriar o rosto do criminoso com base no DNA coletado na época do crime.

Software cria modelo 3D do rosto a partir do DNA

A Parabon NanoLabs é uma importante empresa de tecnologia vista como pioneira no campo da nanotecnologia baseada em DNA. Entre os principais serviços que ela oferece está o Snapshot® Advanced DNA Analysis, a solução que foi usada para a criação de uma representação tridimensional do suspeito do caso Maria Jane Weidhofer com base nos dados genéticos coletados do criminoso.

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Representação facial que o Departamento de Polícia do Distrito do Parque Regional East Bay divulgou em 2017 (Imagem: Imagem: East Bay Regional Park District Police)

A fenotipagem do DNA ajuda a gerar novas pistas em relação a um determinado indivíduo, desde as características de aparência física até informações pertinentes sobre a ancestralidade do usuário. Assim, foi descoberto que tratava-se de um homem de cabelos e olhos castanhos, pele clara, sobrancelhas espessas e face sem a presença de sardas. 

Por conta da descrição feita por uma das testemunhas entrevistadas para a resolução do caso, um profissional forense adicionou, por meio do Adobe Photoshop, um bigode ao rosto identificado. Posteriormente, a face prevista do suspeito foi publicada pelo departamento e gerou bastante polêmica na época. No entanto, mais polêmicas viriam com a adição de um software de reconhecimento facial na resolução do caso.

Uso do software por policiais gera polêmica

De maneira geral, o caso de Maria Jane Weidhofer ganhou repercussão mais uma vez por causa de uma solução polêmica feita pelos detetives do departamento de East Bay.  Afinal, eles tiraram conclusões sobre o crime com base em um rosto gerado por algoritmos e que depois foi submetido ao software de reconhecimento facial. Entretanto, o uso do modelo gerado em 3D para essa finalidade vai contra os termos de serviço da empresa Parabon NanoLabs. 

O reconhecimento facial, apesar dos inúmeros benefícios que traz, tem a possibilidade de informações não confiáveis, capazes de aumentar a probabilidade de fornecer informações incorretas às autoridades. Essa conduta antiética, reprovada principalmente pela própria Parabon NanoLabs, tomou uma crescente popularidade este mês por meio do compartilhamento dos registros policiais hackeados do Distributed Denial of Secrets.

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Snapshot® Advanced DNA Analysis, o método para colher pistas do assassinato da artista Maria Jane Weidhofer. (Imagem: Parabon NanoLabs)

De qualquer modo, os departamentos policiais veem a fenotipagem do DNA com uma ferramenta adicional que não deve ser o principal fator para este tipo de tomada de decisão, devendo ser uma das últimas soluções que um profissional da área deve recorrer quando não encontra mais pistas sobre o caso. Além disso, a precisão das previsões dos rostos pode não ser correta pois os métodos usados pela empresa não foram revisados por pares. 

Até 2015, a Parabon NanoLabs não apresentava cláusulas em seus contratos que proibiam os clientes de utilizar tais previsões com reconhecimento facial para essa finalidade. Dito isso, em 2016 eles acrescentaram a informação de que os clientes são proibidos de usarem em seus relatórios instantâneos de fenótipo o reconhecimento facial. 

Reconhecimento facial, DNA e novas tecnologias de identificação

Apesar da busca pelo suspeito de Maria Jane Weidhofer ter gerado muitas polêmicas e ter revelado condutas antiéticas das autoridades do departamento de East Bay, ONGs brasileiras usam novas tecnologias como o reconhecimento facial para reduzir o número de pessoas desaparecidas no território brasileiro e apresentaram resultados bastante significativos.

Policiais usaram dna para fazer o reconhecimento facial de um suspeito. A empresa parabon nanolabs ajudou a reproduzir um modo 3d do rosto de um possível suspeito por meio do dna. A criação de rostos com dna levanta discursões sobre a busca por desaparecidos.
(Imagem: Reprodução)

A ideia é usar aplicativos de reconhecimento facial de uma maneira benéfica e cruzar informações com exames de DNA coletados de empresas emergentes que prestam o serviço de rastrear a genealogia mundial. Foi por meio desse mecanismo que a ONG paulistana Mães da Sé solucionou boa parte dos seus casos. 

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App desenvolvido pela Multiconnect com a Microsoft. (Imagem: Reprodução)

Diferente da Snapshot® Advanced DNA Analysis, o método visa calcular a distância entre 27 pontos do rosto do usuário e gerar um resultado pertinente com a ajuda do aplicativo Family Faces, uma parceria entre a Multiconnect com a Microsoft.

Redes sociais como Facebook e Instagram são bastante úteis para oferecer informações relevantes quanto à estrutura do rosto do desaparecido. Aliado a isso, a resolução desses casos também ocorre com o auxílio de um kit de teste de DNA de ancestralidade, caso o desaparecimento seja de longa data a ponto de gerar nenhum dado sobre ele na web.

Reconhecimento facial como ferramenta contra o crime

O investimento em reconhecimento facial no Brasil é crescente quando se trata de identificar foragidos e suspeitos de crimes. Prefeituras de várias cidades já fizeram investimento em câmeras de reconhecimento facial. Na Bahia, por exemplo, foram feitas 1.183 prisões com o apoio dessa tecnologia.

Policiais usaram dna para fazer o reconhecimento facial de um suspeito. A empresa parabon nanolabs ajudou a reproduzir um modo 3d do rosto de um possível suspeito por meio do dna. A criação de rostos com dna levanta discursões sobre a busca por desaparecidos.
(Imagem: Bahia Econômica)

Todavia é necessário lembrar que essa solução, assim como o ocorrido no caso Maria Jane Weidhofer, não deve substituir a investigação por completo. Ao passo que essa é apenas uma ajuda entre os processos estruturados e recorrentes em um departamento de polícia. 

Por isso, é interessante que as autoridades mantenham sempre os dados atualizados e aprimorem o uso dessa ferramenta para evitar injustiças e serem cada vez mais criteriosos e assertivos na resolução de seus casos.

O caso Maria Jane Weidhofer e os erros da equipe de East Bay mostram a importância da boa implantação entre seres humanos e tecnologia. Afinal, reconhecimento facial é apenas um dos exemplos de ferramentas que otimizam o andamento dos fluxos de atividades e que não devem substituir a capacidade e toque humano na tomada de decisões.

E você? O que achou desse caso? Deixe seu comentário!

Veja também!

Fontes: Wired, Uol, Claremont High School Alumni Society, Parabon Nanolabs, O Globo

Revisado por Glauco Vital em 30/1/24

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