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Amazon usa inteligência artificial para dizer quem foi o maior piloto de Fórmula 1 da história

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Parceria firmada entre a Amazon e a FIA desenvolveu um novo algoritmo que analisou dados de 1983 até hoje, criando um ranking com os 20 maiores corredores do esporte

Uma parceria entre a Amazon e a Fédération Internationale de l’Automobile (FIA) resultou na criação de um novo algoritmo, que emprega recursos de machine learning para apontar os 20 maiores pilotos de Fórmula 1 em quase 30 anos. O levantamento, batizado de “Fastest Driver” (“Piloto mais Veloz”, na tradução literal), saiu depois de mais de um ano despendido pela Amazon Web Services (AWS), a divisão do Grupo Amazon voltada à oferta de soluções web para empresas, no desenvolvimento do algoritmo.

O conceito de machine learning é uma das inúmeras ramificações da inteligência artificial (IA). Basicamente, ele consiste de uma série de funções automatizadas que podem ser “treinadas” por meio de padrões de dados e comportamento, para agirem de forma independente no desempenho de diversos trabalhos. Sua aplicação mais comum é na análise de dados e previsão de resultados, quando o volume de material a ser revisado é grande demais para equipes humanas. Com o emprego de matemática aplicada, sistemas de machine learning conseguem analisar amplas quantidades de informações em tempos reduzidos. No caso deste levantamento da Fórmula-1, o sistema foi “educado” a avaliar cerca de três décadas de informações relacionadas à performance de vários pilotos.

Ao comparar colegas de equipe em sessões de qualificação, a ferramenta baseada em machine learning concentrou sua análise no desempenho do piloto, construindo uma rede de colegas de equipe em todo o intervalo de tempo. A grosso modo, isso quer dizer que todos os pilotos — dos mais famosos até os menos prestigiados — tinham chances de figurar na lista. Ao comparar os tempos de volta apenas entre companheiros de equipe, o algoritmo do Fastest Driver normaliza efetivamente o desempenho do carro e da equipe.

“Com a [tecnologia de] machine learning, existe uma gama de oportunidades de aplicação que responda a problemas complexos, e neste caso, esperamos responder definitivamente a discussões antigas dos fãs ao usar dados para tomar decisões informadas” disse a doutora Priya Ponnapalli, gerente geral e cientista chefe do Amazon Machine Learning Solutions Lab. “Estamos empolgados para continuar a colaborar com uma organização como a F1, que traz um catálogo riquíssimo de informação e dados… Para nós da AWS, é excitante ver machine learning sendo usada de uma forma com a qual todos possam se identificar”.

Parceria entre amazon e fórmula 1 usa machine learning para dizer quem foi o mais piloto mais rápido do esporte (imagem: reprodução/ayrton senna)
Parceria entre Amazon e Fórmula 1 usa machine learning para dizer quem foi o mais piloto mais rápido do esporte (Imagem: Reprodução/Ayrton Senna)

A lista

Depois de explicar as tecnicalidades, vamos ao que interessa: a lista. Fãs mais antigos do esporte de automobilismo ficarão felizes em saber que ela é bem heterogênea, não se apegando a nenhum saudosismo nem paixão exacerbada de fãs mais recentes. Em suma, ela posiciona nomes antigos e novos das corridas, listando ícones como Max Verstappen, Rubens Barrichello, Alain Prost, Lewis Hamilton e… enfim, veja abaixo o ranking completo:

RankingPilotoTempo
1Ayrton Senna0.000s
2Michael Schumacher0.114s
3Lewis Hamilton0.275s
4Max Verstappen0.280s
5Fernando Alonso0.309s
6Nico Rosberg0.374s
7Charles Leclerc0.376s
8Heikki Kovalainen0.378s
9Jarno Trulli0.409s
10Sebastian Vettel0.435s
11Rubens Barrichello0.445s
12Nico Hulkenberg0.456s
13Valtteri Bottas0.457s
14Carlos Sainz0.457s
15Lando Norris0.459s
16Daniel Ricciardo0.461s
17Jenson Button0.462s
18Robert Kubica0.463s
19Giancarlo Fisichella0.469s
20Alain Prost0.514s
20

É isso mesmo: parafraseando a narração icônica de Galvão Bueno, “Ayyyyyyyrton Senna do Brasil” lidera o ranking dos corredores mais velozes da Fórmula 1 em quase 30 anos. “O brasileiro conseguiu 65 pole positions em sua carreira tristemente abreviada”, diz trecho no site da Fórmula 1. “E mesmo que esse número eventualmente tenha sido superado por Michael Schumacher e Lewis Hamilton —- segundo e terceiro lugares, respectivamente, no Top 20 — ambos os pilotos rapidamente reconhecem que Senna teria obtido muitas, muitas mais posições de liderança, não tivesse perdido a vida no Grande Prêmio de San Marino, em 1994.

Como a Amazon e a Fórmula 1 fizeram o cálculo

Segundo o site da Fórmula 1, foram compilados dados relacionados a corridas de qualificação desde 1983. Para determinar os nomes do ranking, o algoritmo por obrigação só consideraria corredores que competiram entre si em ao menos cinco eventos de qualificação, estendendo essa diretriz não só a pilotos principais, mas também a seus companheiros de equipe (e os companheiros dos companheiros de equipe e assim por diante…).

Além disso, houve um fator de idade a ser considerado no levantamento: por exemplo, se um piloto deixou o esporte e retornou após alguns anos, isso também foi levado em conta. Depois disso, o algoritmo também estabeleceu um posicionamento melhor no ranking para pilotos que dominaram seus companheiros ou corredores que tiveram bons desempenhos contra membros poderosos do mesmo time. O levantamento é inteiramente baseado em velocidade absoluta, excluindo fatores como gestão de pneus e combustível ou estratégias de equipes.

Fonte: Formula 1

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