Há quase em século, um jovem físico suíço revolucionava a física com descobertas sobre a relação entre espaço e o tempo, desenvolvendo uma radical nova compreensão da gravidade. Em 1915, Albert Einstein publicou a teoria da relatividade geral, que descreveu a gravidade como uma propriedade fundamental do espaço-tempo. Ela veio descrita num conjunto de equações que relacionam a curvatura do espaço-tempo com a energia e o momento em que a radiação de uma matéria está presente em uma determinada região.
Passados quase 100 anos, a teoria da gravitação de Einstein continua a ser um pilar fundamental da física moderna e tem resistido a todos os testes feitos por cientistas. No entanto, até recentemente não era possível fazer experimentos para investigar a teoria sob condições extremas. Agora, os cientistas finalmente têm a tecnologia para explorar todas as possibilidades descritas na teoria da relatividade geral (confira o vídeo abaixo).
https://www.youtube.com/watch?v=8JCKfm_oguE
A grandiosidade do trabalho de Einstein impressiona até mesmo a comunidade científica: “Para mim, é absolutamente incrível como a relatividade geral fez depois de 100 anos“, afirma Clifford Will, físico teórico da Universidade da Flórida. “O que ele escreveu para baixo é a mesma coisa que usamos hoje“, disse em entrevista a publicação científica Live Science. A relatividade geral foi confirmada por inúmeras observações e embora nunca tenha havido “um fragmento de evidência” de que há algo errado com a teoria, Will acredita que “é importante para testar a teoria em regimes em que não tenha sido testado antes“.
Sabemos que a relatividade geral funciona muito bem para a força da gravidade “comum”, vivida por seres humanos na Terra ou por planetas do sistema solar. No entanto, a teoria nunca foi testada em campos com forças gravitacionais extremamente fortes. A melhor perspectiva para testar a teoria nestas condições é procurar ondulações no espaço-tempo, conhecidas como ondas gravitacionais, que podem ser produzidos por eventos violentos, como a fusão de dois corpos maciços, buracos negros ou objetos extremamente densos (como uma estrelas de nêutrons).
O desafio, até hoje, era desenvolver uma tecnologia capaz de captar e estudar as ondas gravitacionais. A tarefa parece ter sido solucionada pelo Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser (The Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory – LIGO), com instalações em Richland, Washington, e Livingston na Louisiana, usa lasers para detectar minúsculas distorções em 2 longos detectores em forma de L. Conforme as ondas passam pelos detectores é possível esticar e comprimir o espaço, gerando uma medição.
O LIGO iniciou suas operações em 2002 e não foram detectadas ondas gravitacionais. Em 2010, ele foi desativado para melhorias. Seu sucessor, conhecido como Advanced LIGO, está programado para entrar em funcionamento no final deste ano. Há uma série de outras possíveis experiências que poderiam ser feitas para detectar ondas gravitacionais. Uma delas seria olhar para as propriedades das ondas gravitacionais polarizadas, que assim como a luz, poderia ser observada através de um par de óculos polarizados (devidamente desenvolvido).
No entanto, mesmo que os cientistas consigam detectar as ondas gravitacionais, Will espera que eles só venham reforçar as teorias de Einstein: “Minha opinião é, vamos continuar provando a validade da relatividade geral“. Sendo assim, por que se preocupar em fazer esses experimentos? “Um dos objetivos fundamentais da física é encontrar uma teoria que una a relatividade geral, o mundo macroscópico, a mecânica quântica e o mundo microscópico. No entanto, encontrar um tal teoria – conhecida como a gravidade quântica – pode exigir algumas modificações na relatividade geral.” completou Will.
A ciência é o produto de milhares de mentes e esforços de homens e mulheres através do tempo. Mas é impossível não individualizar a genialidade de alguns homens, como Albert Einstein. Homens que como Nietzsche bem definiu em Ecce Homo “nascem póstumos” e demoram mais de 100 anos para serem compreendidos. Para conferir a matéria completa realizada pela LiveScience, clique aqui para ler o artigo original (em inglês).
Fontes: Info Escola / LiveScience / Mashable / Prisma / Wikipédia 1
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