Índice
O chief executive officer (CEO) do Twitter, Elon Musk, publicou, no dia 9 de maio, em seu perfil na rede social a frase “WhatsApp cannot be trusted” (“O WhatsApp não é confiável”, em tradução livre). A publicação veio acompanhada de outro tuíte, que mostrava uma imagem com o aplicativo de mensagens notificando o usuário @foaddabiri, de nome Foad Dabiri, de que o microfone do seu celular estava sendo usando em segundo plano pelo próprio WhatsApp. No Showmetech, você confere as repercussões de mais uma posição provocativa de Musk no Twitter.
Quem é Foad Dabiri? Conheça mais sobre o profissional
Diretor de engenharia no Twitter, Foad Dabiri também tem experiência em empresas de telessaúde, como a WandaHealth — onde começou como chief technology officer (CTO) e, mais tarde, passou a ser CEO — e também no Google — onde foi engenheiro de software sênior. Na rede social do passarinho azul, Dabiri trabalha com machine learning (ML; aprendizado de máquina, em tradução livre), dedicando-se a melhorias da plataforma em notificações, recomendações de publicações, experiência de usuário e outros recursos.
Na Wanda, seu trabalho foi importante para que a empresa atuasse na administração de saúde de pacientes, cujos dados serviram de base para criar planos de preparação contra eventos adversos. Segundo sua minibiografia, disponível no perfil no Twitter dele, esse cuidado com as informações dos pacientes foi importante para “melhorar a qualidade do cuidado” da Wanda.
Sua educação superior se deu na Universidade de Tecnologia de Sharif, que fica em Teerã (Irã), graduando-se em Engenharia Elétrica em 2003. Dois anos depois, nos EUA, Dabiri cursou PhD em Ciências da Computação na Universidade da Califórnia (UCLA) e mais tarde, em 2008, fez pós-doutorado. Sua pesquisa nessa outra pós-graduação aconteceu no Embedded and Reconfigurable Systems Lab (Laboratório de Sistemas Reconfiguráveis e Incorporados, em tradução livre), setor da UCLA.
O que aconteceu no celular do Foad Dabiri e chamou a atenção de Musk no Twitter?
Na madrugada do dia 6 de maio, aconteceu algo estranho no celular de Dabiri. A captura de tela publicada no seu perfil naquele mesmo dia, às 11h32, mostrava uma série de registros de uso de microfone pelo WhatsApp. Indignado com uma provável invasão de privacidade na calada da noite, o engenheiro de software expôs a situação no seu perfil no Twitter. Você confere o tuíte original na íntegra e, em seguida, a tradução.
“O WhatsApp estava usando o microfone em segundo plano, enquanto eu dormia e desde quando eu acordei, às 6h da manhã (e isso é apenas parte da timeline [mostrada na captura]). O que está acontecendo?”
Foad Dabiri, via Twitter.
Em resposta a outros usuários, o engenheiro de software disse que a captura de tela é confiável porque ele usa um Pixel 7. Musk, um dia depois, às 7h32 da manhã do dia 7, responde: “Isso é estranho“. Ou seja, mesmo tendo notado a publicação antes, o CEO da rede de miniblog só veio usar da situação para criticar o WhatsApp hoje.
O especialista que mostrou o uso do microfone no celular pelo WhatsApp não é o único a notar essa situação. O próprio aplicativo, em abril numa publicação do site WABetaInfo, indicou que isso pode acontecer em aparelhos Samsung e Pixel, dizendo que é possível ajustar essa falha reiniciando o celular. No Engadget, o Google, por sua vez, disse estar vendo o que pode fazer para verificar melhor o bug no sistema Android. Em relação às ações tomadas pela empresa de tecnologia nesse caso, o aplicativo da Meta afirmou que o problema do microfone tem mais a ver com o Android que com o serviço de mensagens.
“Estamos cientes do problema e estamos trabalhando de forma conjunta com o WhatsApp para investigar a situação.”
Google
O que Musk falou sobre o WhatsApp e a Meta no Twitter?
Ao retuitar o que Foad Dabiri estava reclamando sobre o WhatsApp, Musk declarou não confiar no aplicativo. Porém, suas críticas não acabaram por aí. Em resposta a um comentário que veio três minutos após a sua publicação sobre falta de confiança, o investidor Gannon Breslin — CEO da empresa The Drop, dedicada aos non fungible tolkens (NFTs) — reforçou a crítica. A seguir, sua resposta na íntegra, seguida de uma tradução livre:
“É incrível como muitas pessoas não percebem que o WhatsApp pertence à Meta/Facebook.”
Gannon Breslin, via Twitter
Para dar ainda mais relevância a sua visão negativa sobre o aplicativo de mensagens, Musk no Twitter reiterou sua visão negativa: “Não confie em nada, nem mesmo no nada”. Como resposta, que você confere a seguir, o WhatsApp declarou que manteve contato com o engenheiro que notificou o problema. Inclusive, o perfil do aplicativo disse que os “usuários tem total controle sobre as configurações de microfone” pelo WhatsApp.
“Acreditamos que isso é um bug no Android, que atribui uma informação errônea no Painel de Privacidade e nós pedimos ao Google para investigar e remediar isso.”
WhatsApp
Continuando em resposta ao tuíte em que apresenta a situação da gravação, o WhatsApp relatou que os microfones dos celulares dos usuários do app são acessados apenas em chamadas, tanto para gravações de voz como para vídeos. “Mesmo assim, essas comunicações são protegidas por encriptação ponta-a-ponta, então o WhatsApp não pode ouvi-las“, alertou o perfil.
Antes dessas informações divulgadas pelo aplicativo em seu perfil, o CEO da SpaceX já tinha tentado chamar a atenção para outro aplicativo de mensagens, o Signal, com forma de atacar a Meta. O reforço ao outro app ocorreu cerca de um mês antes da empresa de Mark Zuckberg adotar condições de uso que permitiam coleta de dados privados. Em fevereiro, o WhatsApp passou a possuir em suas bases endereços de IP e número de telefone de usuários, mas avisou que as pessoas não seriam afetadas pelas novas medidas.
E aí? O que você faria se percebesse essa situação no seu celular? Deletaria o zap? Conta pra gente no Showmetech.
Veja também:
Fonte: Minibio (Foad Dabiri) | Express | WABetaInfo (via Twitter) | Engadget
Revisado por Glauco Vital em 10/5/23.
