Crítica: os fabelmans faz uma homenagem apaixonada à arte e ao cinema

CRÍTICA: Os Fabelmans faz uma homenagem apaixonada à arte e ao cinema

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Na corrida do Oscar 2023, filme de Steven Spielberg celebra o olhar entusiasmado de um artista nato — neste caso, o do próprio diretor. Leia a nossa crítica

Depois de levar um espetáculo colorido às telas de cinema no fim de 2021 com ‘Amor, Sublime Amor‘, Steven Spielberg decidiu ir para uma linha mais intimista, usando como base um artefato que é, de longe, um dos mais preciosos: a sua própria memória.

Os Fabelmans‘ (The Fabelmans) é um filme perfeito para Spielberg dirigir. Não só por saber muito bem construir uma narrativa fundamentada em sua vivência pessoal, mas também por falar e apreciar a sétima arte. Consequentemente, o longa não passaria batido pelas premiações futuras — ele concorre a sete categorias no Oscar 2023. Mas o que faz um filme sobre cinema não cair na mesmice dos outros? A resposta está na forma de abordar esse assunto.

A paixão pelo cinema

Crítica: os fabelmans faz uma homenagem apaixonada à arte e ao cinema
Novo filme de Steven Spielberg é uma jornada do artista apaixonado. (Imagem: The Fabelmans/Divulgação)

Em ‘Os Fabelmans’, Sammy (Gabriel LaBelle) é um pequeno garoto que vai ao cinema pela primeira vez na década de 50. A princípio com medo dos relatos sobre as grandes e assustadoras imagens invadirem a sala em que estava prestes a entrar, ele entra acompanhado de sua mãe (Michelle Williams) e seu pai (Paul Dano). Ao sair da sessão, Sam está decidido a criar filmes depois da experiência revolucionária.

Neste novo longa, Spielberg vai da infância à adolescência deste jovem com muitas ideias em mente e dificilmente vai desistir delas. O primeiro acerto aqui é a escolha do elenco. Além de Gabriel, Paul e Michelle são adoráveis em seus papéis e entregam performances tão doces que é quase impossível não se apegar a eles.

Em suas 2 horas e 31 minutos de duração — que inclusive passam numa leveza deliciosa —, o espectador acompanha o olhar apaixonado de Sammy enquanto questões familiares dos Fabelmans vêm à tona. Mesmo nos momentos mais tristes, fica claro como esta é uma produção feita com muito amor e apego.

Uma câmera na mão e um sonho

Crítica: os fabelmans faz uma homenagem apaixonada à arte e ao cinema
Michelle Williams está adorável como a mãe de Sammy. (Imagem: The Fabelmans/Divulgação)

O ritmo estabelecido pelo filme é uma crescente, com certeza empolga mais após o primeiro ato do longa. Assim como Sammy é um artista nato, capaz de registrar momentos únicos em sua câmera, Spielberg filma com excelência. Dois destaques aqui são a gravação de uma cena comandada por Sammy para seu projeto particular e o momento da personagem de Michelle em frente à fogueira do acampamento de família.

É válido destacar que a mãe de Sammy é a sua principal fonte de inspiração. Suas trocas e afetos intensificam os momentos mais importantes do filme e conseguem comover o público. O roteiro de ‘Os Fabelmans’ sabe construir e desenvolver seus personagens, mesmo os que de curta aparição, como o tio distante Boris (Judd Hirsch). Judd até foi lembrado pela Academia em Melhor Ator Coadjuvante neste ano. Pena que Paul Dano, um ator versátil, ainda não tenha sido reconhecido pela mesma.

Vale a pena assistir a ‘Os Fabelmans’?

Crítica: os fabelmans faz uma homenagem apaixonada à arte e ao cinema
Personagens de Paul, Michelle e Seth Rogen prestigiam as produções de Sammy. (Imagem: The Fabelmans/Divulgação)

Com os olhos brilhando, Steven Spielberg entrega uma obra sincera, delicada e muito apaixonada pela história que quer apresentar ao público. ‘Os Fabelmans’ é um filme adorável, com direto a algumas surpresas no plot e no fim do longa, e se destaca justamente por não ser a tradução literal de “um filme de cinema”, mas sim como um filme sobre a arte e o prazer de fazer cinema.

Essa é uma trama que deve tocar grande parte das pessoas, especialmente os artistas e apaixonadas por criar arte em sua mais pura forma. Sem eles — e sem um Sammy em nossas vidas — o mundo certamente seria um tanto menos inspirador.

Quais as chances no Oscar 2023?

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Judd Hirsch, indicado a Melhor Ator Coadjuvante. (Imagem: The Fabelmans/Divulgação)

Como já mencionado, ‘Os Fabelmans‘ concorre a sete categorias do Oscar 2023: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Roteiro Original, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Design de Produção.

Só o fato de ser um projeto encabeçado por Spielberg, um dos diretores mais adorados do Oscar, já é um grande peso a favor deste filme. Então, é improvável que ele saia da cerimônia sem uma estatueta ao menos. Nossa aposta é em Melhor Direção, categoria em que Spielberg já venceu em outras premiações deste ano.

Não é impossível que o longa acabe levando Melhor Filme, uma categoria que tem um histórico de surpresas. Infelizmente, as chances de vitória de Michelle e Judd nas categorias de atuação são pequenas, assim como Design de Produção, que está quase nas mãos de ‘Babilônia‘, de Damien Chazelle. Agora, outra chance possível do filme é em Roteiro. De qualquer forma, esperamos que este filme não saia do Oscar de mãos vazias.

E você? Já assistiu ao filme? Conte sua opinião para nós nos comentários.

Veja também:

Acesse também outros conteúdos relacionados no Showmetech, como a nossa crítica sobre Avatar: O Caminho da Água, um dos principais filmes dessa temporada do Oscar.

Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim

CRÍTICA: Os Fabelmans

Os Fabelmans
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Na corrida do Oscar 2023, filme de Steven Spielberg celebra o olhar entusiasmado de um artista nato — neste caso, o do próprio diretor.
Na corrida do Oscar 2023, filme de Steven Spielberg celebra o olhar entusiasmado de um artista nato — neste caso, o do próprio diretor.
9/10
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