Feito histórico! Nasa confirma que missão dart alterou trajetória de asteroide

Feito histórico! NASA confirma que missão DART alterou trajetória de asteroide

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Nave da missão DART, que se chocou no último dia 26 de setembro, conseguiu mudar a rota do asteroide em 4%, o suficiente para gerar bons resultados

Agora não é apenas em filmes hollywoodianos que os homens são capazes de desviar asteróides e salvar toda a humanidade. A Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA) confirmou, em entrevista coletiva realizada na terça-feira (11), que conseguiu desviar a trajetória de um asteroide com sucesso, durante um teste da capacidade da humanidade de se proteger de uma possível ameaça.

Para o feito, a nave da missão DART chocou-se voluntariamente, no último dia 26 de setembro, com o asteroide Dimorphos, que é satélite de um asteroide maior, chamado Didymos, e que fica localizado a cerca de 11 milhões de quilômetros da Terra. Dessa forma, conseguiu deslocá-lo, informou o chefe da agência espacial, Bill Nelson, que ainda disse que este é “um momento decisivo para a defesa planetária e um momento determinante para a humanidade”.

Nelson ainda afirmou que, antes do impacto, o Dimorfo levava 11 horas e 55 minutos para orbitar o seu asteroide maior, com o qual forma o sistema de asteroide duplo. Segundo ele, a nave conseguiu reduzir essa órbita em 32 minutos, representando uma mudança de 4% na rota. Com isso, a órbita do Dimorfo agora se aproximou cerca de dez metros do outro asteroide, e a mudança resultante em sua trajetória é permanente. (https://blogs.20minutos.es/) “Teria sido um sucesso se tivesse desacelerado [a órbita] em apenas cerca de 10 minutos, mas, na verdade, a reduziu em 32 minutos“, comemorou o chefe da agência espacial.

A alteração foi considerada “espetacular e animadora” por Nancy Chabot, cientista planetária do Johns Hopkins Applied Physics Laboratory (APL) e vice-presidente da Meteoritical Society:

A missão DART mostrou que somos capazes de mudar trajetórias usando a técnica de impacto. A chave para isso é a detecção precoce [dos asteroides que podem estar em direção à Terra.

Nancy Chabot, cientista planetária do Johns Hopkins Applied Physics Laboratory (APL)

Missão de defesa planetária

Missão de defesa planetária - missão dart
O Telescópio Espacial Hubble capturou uma imagem de detritos lançados para longe da superfície de Dimorphos 285 horas após o impacto (Divulgação/NASA)

Tão comum em produções de cinema, a intervenção do homem em rotas de asteroides nunca foi realizada antes na história da humanidade. O teste teve como intuito saber como agir em um possível futuro caso em que se precise proteger a Terra de asteroides semelhantes ao que causou a extinção dos dinossauros há 66 milhões de anos.

Estima-se que existam cerca de 10 mil asteroides próximos à Terra com ao menos 140 metros de tamanho. Cientistas ainda consideram haver mais de 15 mil desses objetos a serem descobertos nas próximas décadas. No entanto, nenhum deles tem chance significativa de atingir o planeta nos próximos 100 anos, segundo a NASA.

A sonda utilizada na missão foi lançada no dia 24 de novembro de 2021 da Base Aérea de Vandenberg, na California. Utilizando o foguete SpaceX Falcon 9, o objeto foi controlado de forma remota da Terra e, no total, 44 pessoas realizaram o monitoramento no momento do impacto.

Feito histórico! Nasa confirma que missão dart alterou trajetória de asteroide
Sonda utilizada na missão foi lançada no dia 24 de novembro do ano passado da Base Aérea de Vandenberg (Reprodução/Internet)

Durante a coletiva, a agência espacial norte-americana destacou que esses dados são apenas o início de todas as informações que esperam que sejam proporcionadas por toda essa missão. A ideia dos especialistas da NASA é que um sistema de proteção da Terra contra uma possível colisão de asteroides esteja desenvolvido em, no máximo, 30 anos.

Atualmente, não foi detectado nenhum corpo celeste vindo em direção à Terra, mas com o conhecimento adquirido agora, o desenvolvimento de uma nova sonda espacial poderia ser concluído em, no máximo, dois anos. Este é um “um tempo muito curto para os ritmos da indústria espacial“, diz Ian Carnelli, chefe do projeto.

Asteroide em direção à terra
Após a colisão, NASA pretende estudar o asteroide Didymos (Reprodução/Internet)

A missão tem duas partes: após a colisão, os cientistas passarão a observar como o asteroide fará sua órbita em volta do Didymos, com o “impulso” da sonda espacial da NASA. Isso deve ajudar a criar um processo de proteção para a Terra e o que deve ser feito quando uma verdadeira ameaça existir.

É como se você deixasse cair seu relógio de pulso e o danificasse. Não será necessariamente o mesmo tempo. Você pode não perceber imediatamente, mas nas semanas e dias e semanas seguintes, você notará que seu relógio está funcionando mais rápido – e notamos que o sistema de asteroides binário está funcionando rapidamente.

Além da NASA, a Agência Espacial Europeia (ESA) também está preparando a sua própria missão para chegar próximo à rocha. Para isso, usará a espaçonave HERA, com lançamento programado para 2024. Ao mesmo tempo, a China também está planejando uma missão de defesa planetária para daqui a 4 anos, em 2026.

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Fontes: NASA, The Guardian, CNN.

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