Covid ansiedade

Coronavírus: veja 4 dicas para evitar espiral de ansiedade

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Confira dicas de como evitar uma espiral de ansiedade ao acompanhar as coberturas sobre a COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Acompanhar a cobertura sobre a pandemia da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus, pode se tornar um gatilho para ansiedade. Se manter informado sobre como o Brasil e o mundo estão lidando com a situação é importante, mas cuidar da sua saúde mental também é.

Segundo o levantamento mais recente do Ministério da Saúde, até quinta-feira (19) o Brasil tinha 621 casos confirmados de COVID-19 e seis mortes causadas pela doença. No mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente são 209.839 casos confirmados e 8.778 mortes.

Confira abaixo dicas de como evitar uma possível espiral de ansiedade ao acompanhar os desdobramentos da pandemia.

Evite se deixar levar pela enxurrada de informações

Pessoa clicando numa notícia em um smartphone
Consumir muitas informações sobre a COVID-19 pode causar ansiedade.

A COVID-19 e o novo coronavírus são perigosos, mas o excesso de informações sobre eles também é. Segundo especialistas e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, acompanhar constantemente a cobertura sobre a pandemia pode causar ansiedade.

O ideal é encontrar um ponto de equilíbrio para se manter informado sobre os desdobramentos sem entrar em pânico. A dica é escolher momentos específicos do dia para ler, assistir e/ou ouvir notícias e informações sobre a COVID-19.

Outra recomendação importante é escolher fontes confiáveis para consumir essas informações, como a OMS, o Ministério da Saúde e veículos de comunicação nacionais e locais.

“Eu checo uma vez por dia, na parte da manhã. O que vai acontecer hoje e quais são as recomendações? É isso. Depois eu me desligo sobre as coisas relacionadas à COVID-19.”

Anu Asnaani, psicóloga da Universidade de Utah especialista em distúrbios baseados em medo.

No caso dos feeds e timelines das redes sociais, além do fluxo de informações ser constante ele acontece nas chamadas “bolhas” criadas pelos filtros e círculos sociais de cada usuário. Isso dá brecha para viralização de fake news (notícias falsas, em tradução livre) e, consequentemente, desinformação. Inclusive, o Facebook adotou práticas para identificar e remover as notícias falsas sobre a doença e o WhatsApp anunciou a doação de US$ 1 milhão para contê-las.

Por mais que possa parecer difícil, principalmente em tempos de distanciamento social e quarentena, manter uma certa distância das redes sociais pode fazer bem para sua saúde mental.

Pratique o ‘distanciamento temporal’

Homem sentado pensativo na beira de um penhasco.
Pensar sobre a atual situação sob outra perspectiva pode trazer alívio emocional.

Se acompanhar diariamente o crescimento do número de casos confirmados e mortes causadas pelo novo coronavírus te deixar muito angustiado, o distanciamento temporal pode ser útil. De acordo com Ethan Kross, professor de psicologia da Universidade de Michigan, a técnica consiste em analisar as coisas de uma perspectiva a longo prazo.

Um exemplo prático é imaginar como seria pensar sobre esse período que estamos enfrentando daqui um (ou mais) anos. Outra recomendação é colocar a pandemia num contexto histórico. “Nós, enquanto sociedade, enfrentamos coisas parecidas no passado e sobrevivemos a elas”, disse o professor.

Se isole mas não tanto

Dois braços de pessoas diferentes se estendendo para se cumprimentarem.
Distanciamento social é importante e manter contato (virtual) também.

Praticar o distanciamento social é importante para evitar que o novo coronavírus se espalhe e contamine ainda mais pessoas. Só que esse isolamento, junto à preocupação com familiares e amigos, pode se tornar gatilho para estresse, tristeza e ansiedade. Por isso, lembre-se: o isolamento é apenas físico, não completo.

Isso significa que ainda é possível cultivar virtualmente, seja por mensagem, chamadas de vídeo e afins, o contato com quem é importante para você. Está sem ideias? Aqui vão algumas sugestões: combinar de assistir alguma série ou filme e comentar depois no grupo da família; jogar algum jogo online com amigos (de Fortnite a Gartic, existem vários para PC, videogames e smartphones); fazer chamadas de áudio ou vídeo em grupo (WhatsApp, Discord e Skype são boas pedidas); e por aí vai.

Faça coisas que te relaxem

Pessoa debaixo de uma coberta deitada no sofá da sala com tablet nas mãos.
É importante encontrar atividades prazerosas para se desligar um pouco do presente.

Assistir filmes e séries, fazer exercício, desenhar, escrever, ouvir música, cozinhar, meditar. Qualquer coisa que te faça sentir bem e relaxado é válida para preencher esse tempo extra que você vai passar em casa. A psicóloga Asnaani recomenda, também, práticas que sejam prazerosas e mais voltadas para o futuro, para que você tire um pouco sua cabeça do presente.

Por que essa pandemia do novo coronavírus é tão estressante?

Representação 3d do novo coronavírus.
Pandemia da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus, tem características que causam estresse e ansiedade.

Basicamente, porque toda a nossa atenção está focada nos aspectos ameaçadores da situação, segundo o professor de psicologia Kross. E essa ameaça permeia hábitos comuns no nosso dia-a-dia, como colocar as mãos no rosto e cumprimentar pessoas.

Além disso, não há muito que se possa fazer para se prevenir da COVID-19 além de lavar as mãos com frequência e evitar ao máximo sair de casa. Esse sentimento de não estar no controle da situação também causa ansiedade, de acordo com a psicóloga Asnaani. “Do ponto de vista evolutivo, controle e segurança é o que mantém nossa espécie viva. Quando nos sentimos ameaçados, tomamos precauções para não morrer”, explica.

O objetivo é motivar as pessoas a tomarem atitudes que as mantenham em segurança, mas em alguns casos isso faz com que elas se sintam cada vez mais ansiosas. Por isso é importante conhecer práticas que podem diminuir toda essa ansiedade. É, também, uma questão de saúde pública.

Fontes: Wired, Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OMS)

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